quinta-feira, dezembro 29, 2005

Postas de Ouro 2005

Prémio O filme não vale nada, mas a gaja é boa:
"O Crime do Padre Amaro"
Eça remexe-se no túmulo ao ver o seu romance abastardado por uma adaptação com o olho lambareiro postado nas nádegas e nos seios de Soraia Chaves.

Prémio Renascer dos Mortos:
Mário Soares
Pensávamos todos que já estávamos livres do clã Soares mas ele ressuscitou e está aí cheio de força, quer dizer... mais ou menos.

Prémio D. Sebastião:
José Socrates
Foi uma vitória esmagadora, a culminar um processo que nos lembrou, pela primeira vez nestes últimos dez anos, que tínhamos alguém em Belém. Santana Lopes recebeu a derrota das mãos de Durão Barroso, com quem até já tinha partilhado outras coisas menos desagradáveis.

Prémio Salto em comprimento:
Miguel
Conseguiu saltar de Lisboa até Valencia apenas fazendo uma pausa na Casa do Castelo.

Prémio Richter:
Souto Moura
Pelo que tem tremido para se manter no seu cargo.

Prémio O Evento:
João Paulo II
A sua morte foi transformada numa romaria.
Milhares de pessoas esperam 15 horas numa fila para passar, em ritmo de marcha, a 20 metros de onde estava exposto o corpo do Santo Padre, tipo centro de mesa. Cada um a querer chorar um bocadito, e mostrar como sofre de uma maneira tão especial e única, principalmente se houver uma câmara e um jornalista por perto. Mas não dá, há mais 13 mil pessoas na fila, à espera de conseguir o mesmo.

Prémio Eras tu e o Roberto Leal...:
Fátima Felgueiras
... que estavam tão bem no Brasil.

Prémio Miss Piggy:
José Castelo Branco
Não é necessário comentar pois não?

Prémio Primeiro o aserejé depois o dragostea e agora isto?:
D'zrt
Ano após ano cada vez mais o top de vendas de cd's me surpreende.

domingo, dezembro 25, 2005

O País dos que Gostam de (Ver) Desporto

Olhando para o sucesso do Euro 2004, do Estoril Open (parabéns ao João Lagos, esse Charles Bronson luso), para o Vale do Lobo Grand Champions, para a final da taça UEFA em Alvalade, e para o Rally que tradicionalmente se disputava entre Paris e Dakar e que este ano sairá de Lisboa para a mesma cidade africana chego à conclusão de que Portugal entrou definitivamente na rota dos grande eventos desportivos. O que, para um país onde fazer desporto, para a maioria, é carregar no botão da televisão à procura do canal onde está a dar futebol, é notável.

Uma coisa é certa. Desde o Euro, Portugal é ponto de passagem para grandes eventos desportivos. E com grande benefício para todos. Para nós é um orgulho e sempre entra o chamado guito. Para os participantes ou visitantes internacionais do Estoril Open ou do torneio de veteranos de Vale do Lobo, Portugal é sempre um destino diferente, um tanto ou quanto exótico e ensolarado. Uma espécie de país africano, mais organizado, com mais marcas de iogurte, com o ar condicionado sempre ligado e com uma pequena brisa ou uma ou outra nuvem passageira lhes faça lembrar, de longe, docemente, a sua terra.

Para os organizadores do Rally tudo contribui para que a saída de Portugal seja um sucesso. A começar pelo estado natural de muitas das nossas estradas secundárias, que apesar de velhitas apresentam uma superfície sulcada pelo acne juvenil. Se calhar é por isso que muitas delas são consideradas pontos negros em termos de acidentes.
Mas não é só por isso. É que Portugal deve ser o país no mundo onde mais pessoas gostam de tornar o seu dia-a-dia num rally. Ou seja, eles vieram para a um país de loucos entusiastas dos rallys, onde qualquer empregado bancário faz, de Pólo GT, o seu próprio Lisboa-Dakar 2006 todos os dias, a caminho do emprego. Ou melhor, no caso concreto, o Massamá-Xabregas 2006.

E por fim, como já referi em relação aos torneios de ténis, Portugal tem qualquer coisa de África. Por isso, a única grande diferença é que a partir de uma certa altura os camelos vão deixar de ser vistos ao volante, para passar a levar pessoas e objectos.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Feliz Natal

Desde o seu início este blog tem maltratado muita gente mas agora que estamos numa época de paz e amor desejo um Bom Natal a todos eles.





P.S.: Esta imagem pode ser utilizada como um belo wallpaper dos vossos computadores

terça-feira, dezembro 20, 2005

O Meu Pai Natal


Agora vou pô-lo na janela...

Quem Matou o António?

In 1972 a crack commando unit was sent to prison by a military court for a crime they didn't commit. These men promptly escaped from a maximum security stockade to the Los Angeles underground. Today, still wanted by the government, they survive as soldiers of fortune. If you have a problem, if no one else can help, and if you can find them, maybe you can hire… The A-Team

Tan tantan taan... tan tan tan.. tan tantan tan tarararam...


O Esquadrão Classe A foi contratado para vir até Portugal para deter o assassino do António.

Como o B.A. tem medo de andar de avião os companheiros drogam-no enfiam-no num avião.

Depois de aterrarem vão até casa do falecido fazer uma perguntas mas deparam-se com 20 homens que trabalham para o assassino que raptam o Murdock.

O Coronel Hannibal chega, a fumar, com um plano e juntamente com o B.A. transformam uma mangueira do jardim numa bicicleta de combate.

O assassino preparava-se para matar Murdock mas chegou o Cara de Pau e salva-o no último instante.

Enquanto isto o Coronel derrota todos os capangas com a bicicleta mas o assassino aponta uma arma à cabeça deste e tenta fugir na bicicleta. Neste momento Murdock atira-se da janela para cima do assassino, este cai no chão desarmado.

Os soldados da fortuna entregam o assassino à judiciária, voltam a drogar o B.A. e regressam à América.

domingo, dezembro 18, 2005

Para a Categoria "Vamos Gozar com o Natal dos Hospitais"

Estamos em vésperas de Natal, a altura do ano em que alguns pobres desgraçados têm de assistir, ao vivo, durante horas, às actuações de Toy e companhia Lda., e ainda aparecer na televisão, o que faz com que uma doença terminal seja ainda mais indesejável.

Este ano não fugiu à regra e a RTP reeditou o Natal dos Hospitais com os estarolas do costume.
O programa teve um pico de audiências logo de seguida à hora do almoço. Este facto deveu-se ao grande número de jovens anorécticas e bulímicas que se serviram do espectáculo para induzirem o vómito mais facilmente

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Leim, leim, leim... nã, nã, nã, ... é (quase) Natal

Está tudo decorado, luzente, brilhante, fulgente... e, não obstante a crise, a euforia das compras já começou.

Estamos em contagem decrescente para o Natal, uma época de paz, amor, solidariedade e de regozijo dos comerciantes!

Como já vem sendo hábito, a equipa deste blog (eu, sozinho... tenho mesmo de ir ao psiquiatra tratar da esquizofrenia) foi investigar de perto a azáfama das compras natalícias - num feriado de manhã, num centro comercial perto de si (Norteshopping no caso).

Primeiro impacto: chego ao parque de estacionamento do centro e... tudo cheio! Depois de dar cerca de sete voltas ao parque, em busca de um lugar perdido, acabei por desistir. Saí do parque e encontrei um buraco para enfiar o meu bólide. Andei cerca de 10 minutos a pé, ao frio e à chuva, para chegar ao centro de todas as emoções (sendo que eu moro a 10 minutos a pé do shopping em questão era preferivel ter deixado o carro em casa).

Depois do aquecimento iniciei a aventura das compras - a minha missão era de investigação puramente científica e sociocomportamental mas aproveitei para ir diminuindo o volume da minha lista de presentes.

Dei cerca de quatro voltas ao centro comercial sem conseguir entrar numa única loja. Eu bem tentei mas fui arrastado pela multidão que, em torrente, circulava e olhava as montras. Quando, finalmente, as pessoas dispersaram para comer uma bucha (quem sabe uma sopa no McDonnalds), pude respirar um pouco melhor e entrar nas lojas.

Aí começou outra aventura: tentar encontrar, no meio da total desarrumação, presentes originais e não muito caros. Alguns itens eram praticamente destroços...

E, de repente, as pessoas (aquelas da que foram comer bucha) voltaram. Vinha a D. Alzira, cheia de sacas, e acompanhada da filha, o genro e os netos.

Os miúdos entraram na Fnac aos gritos e foram a correr atirar ao chão todos os livros da prateleira das histórias infantis. A filha procurava entre os CDs aquele que melhor pudesse satisfazer os gostos daquele senhor das finanças que foi muito simpático e lhe passou os papéis à frente de uma fila de 40 pessoas... e, entretanto, misturava os êxitos de Demis Roussos com o melhor de Amália e Vangelis.

O genro estava parado no meio dos corredores a olhar com cara de mau para os empregados.

A D. Alzira, depois de ter passado por mim e de quase me arrancar uma perna com os sacos das prendas, foi sentar-se a ler um livro de culinária.

Quando olhei à minha volta a loja estava cheia de gente que queria ouvir CDs, que retirava livros das prateleiras para os colocar no chão, de crianças que corriam atrás dos pais com o DVD da Pequena Sereia, do Rei Leão e dos D’zrt na mão.
- "Ó pai, ó mãe... eu queeeeeeeeeeeeeeeeeeeerooooooooo!"
- "Cala-te Bruno, caaaaala-te Samanta! Nós não temos leitor de DVD!"
- "Mas ó mããããããeeeeeeeeeee... compra!"
- "Tu não me chames mãe! Deixa-me... olha, vai ler aqueles livros com o Pai Natal ali ao fundo!"

Depois disto... desisti... bffff... Natal.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Valha-nos Deus

Como dizia um político a um jornalista, isto até é um bocado uma não-noticia (expressão que para quem aprecia noticiários da TVI, é uma redundância), mas mesmo assim, merece que falem nela.

Estou a referir-me a todo o alarido que está a ser feito em torno da medida governamental de mandar retirar os crucifixos que possam existir nas salas de aula Portuguesas.

Até concordo com esta decisão mas não compreendo todo o alvoroço criado à volta desta.

Será aí que se encontra a solução para a nossa taxa de insucesso escolar? Para as reivindicações dos professores? Se calhar, os famosos estudos que apontam para a necessidade do aeroporto da OTA têm uma alínea, lá no meio, tipo “Ah! E já agora, outra coisa de que também precisamos muito é de salas de aula sem crucifixos!”.

Já vi inúmeras reportagens sobre salas de aula com condições desumanas, mas confesso que neste problema gravíssimo nunca tinha reparado. Coitaditos dos nossos educandos, tão oprimidos pela terrível presença de um objecto evocativo do Cristianismo, e a única coisa de que se queixavam era de frio, fome, falta de professores, falta de electricidade e canalização, etc. Afinal, sortudos são os que nunca sequer tiveram hipótese de ir à escola! São analfabetos, mas ninguém os tentou convencer a ir à missa.

À excepção do Vaticano, da Opus Dei e outras máfias menos organizadas, todos estamos de acordo quanto à necessidade de liberdade religiosa, e nesse sentido, a ausência de símbolos religiosos é correcta.

Mas será que os crucifixos influenciam assim tanto as escolhas religiosas de putos de 6 anos? Eu passei 4 anos numa escola primária com uma cruz na parede e dei no que vê…
Também já comi alheiras e não passei a ser judeu por isso.

Se a televisões e os políticos em vez de se preocuparem tanto com as cruzes ligassem mais as outras coisas talvez fosse melhor… tirem lá o Cristo da parede (até porque ele já deve estar farto de lá estar) mas resolvam o importante.

Como se pode ver, mesmo exposta por um reles ignorante leigo como eu (modéstia à parte), esta é uma questão complexa e apaixonante, cheia de facetas e níveis de análise diferentes, que não pode ser reduzida a mera estupidez. Ou então pode, e eu é que precisava de um tema para este post.

sábado, dezembro 03, 2005

Era uma vez....

...um ateu.

Recusava-se a que a história da sua vida se contasse (principalmente em blogs manhosos), porque para ele, a vida não tinha sentido, tirando talvez aquela noite com uma colega mais velha. Via a existência humana como algo fugaz, aleatório, perturbante, principalmente nos dias mais ventosos. O seu dia-a-dia era feito de desespero, desorientação, e uma sensação de inutilidade, com intervalo para almoço, sendo que à tarde juntava a tudo isso alguma azia. Não falava, não sorria, não sentia, mas tirando isso era uma pessoa encantadora.

Ora acontece que o nosso ateu, cujo nome não vem ao caso, um belo dia sentiu-se mal. Talvez fosse o pêssego em calda que comeu, cujo prazo de validade tinha expirado durante a Revolução Russa; ou o ter visto um filme do João César Monteiro, sem ter consumido nada de tóxico; ou se calhar o ter sido atropelado por uma betoneira. De qualquer modo, não estava nos seus dias.

Hospitalizado, ficou à mercê do Serviço Nacional de Saúde, sem sequer ter tido direito a julgamento. Drogaram-no, amarraram-no, amordaçaram-no, obrigaram-no a decorar a tabuada dos sete. Num estado extremo de fatiga, entrou em coma, o que sendo aborrecido, teve a vantagem de o qualificar como publico-alvo da TVI.


Foi então que lhe surgiu a revelação. Do nada (que é tipo Trás-os-Montes, mas menos frio no Inverno) apareceu-lhe um homem magro, de cabelos e barbas compridos, com um olhar penetrante como nunca antes tinha visto, envergando apenas uma túnica. Emocionado, o ateu exclamou “Não, não tenho trocos!”. O homem sorriu gentilmente, apontou para algo atrás do ateu, que olhou, e deu-lhe uma chapada nas orelhas.

“Então tu não acreditas em Deus?” – perguntou-lhe o homem, com uma daquelas vozes que faz qualquer um sentir-se como um roedor.
“Não…mas acredito que o Benfica ainda pode ganhar o campeonato…”

“Meu filho, isso é um disparate pegado!”
“Eu sei. Gostava de ter fé. Mas não tenho!”
“O Simão vai-se embora em Janeiro! Quem é que vocês vão encontrar até lá?”

“Quero lá saber! Nada faz sentido! Nada tem um propósito” – ateu, desesperado – “tudo isto é inútil e insignificante!”

“Isso é só uma desculpa para não pagares a renda.”
“Ah sim? Então diz-me lá, se existe Deus, e somos todos uma Sua criação, como é que explicas a ‘1ª Companhia’”?


“hã…gostas mais de pêssegos ou de nectarinas?”
“Não mudes de conversa!”

Continuaram em conversa animada, até que o ateu recuperou os sentidos.
“Enfermeira! Enfermeira! Deus existe! Deus está connosco!”

“Ah sim? Então peça-lhe para vestir uma bata e dar um salto às urgências”

“A sério! Deus existe! Deus existe!”
“Está bem. Fico feliz. Agora, se não se importa, tenho de ir ajudar a amputar uma perna”

O Ateu acabou por sair do hospital pelo seu próprio pé, que até parecia outro, com as unhas cortadas. Feliz, radiante, com uma força interior que já não sentia desde uma vez em que tinha ficado 3 dias sem ir à casa de banho. Tinha descoberto o seu lugar no mundo, uma ordem universal, tudo era lindo e cintilante.
Até que se cruzou com o senhorio…

quinta-feira, dezembro 01, 2005

No Comment (2)

...como na EuroNews


Fotoblogs... a net das pitas


"owaaa genttt ****
ihih .. etah xouh euh i ah xikah !
ituh foi ontem lah nah xkolinhah ..
lol
euh levei ah makinah i puxemunux pah lah ah tirar kadah fotoh !!
jah nem xei kem tirouh max tah bem tiradah num tah ??
penah tarmux kux olhinhux vrmelhux
ah .. i euh touh mal .. (pah variar)
bem ..
kumentem !!"



"awuuuueeee!! =P aki tou d novuu...kom exta montagem feita por miim!=D bem meninax...vcx sao simplesmente lindax!!=) sao umas amigas memu mt espexiais pa euh!!=') (komu dix o nome...=)amigas especiaiiiss!=P) adoruvx msm mt e as sdds sao buexxxx...='( =( pk n aparecem as duax aki em mnha kaxa...konverxar...=P é so ligar e kombinar!!=P komo dix a montagem..."because we are diferent...because we are special"-->"pk somox diferentes...pk somox espexiais..."!!=)
bem...vou.me despedir...=D falei mtuuu!!!xD...bjssss***********@@@@@@@@@@@
(= *AmUvOx DoYdAx* =)
pS: n nus pudemos xkecer da noxa doida...nha mana katia...aki ta u bj prometido ta?!? ******** amutxxiii!=) LOOL"


"esta foi uma das fotos..tiradas n tarde Linda d ontem =) hehe .. adurei a trd .. mi.. gotu muntaum d tu! *
beijU pa td a gente.. n me apetece escrever..pq tou cansadaaa.. =(
fui ver as notas..uma merda..mas prontu.. n poximu subU =) *"




Fonte: Algures nos subúrbios da net

terça-feira, novembro 29, 2005

A Queda de um Mito

Depois de descobrir que o Pai Natal não existe, que no wrestling a porrada é fictícia e que o Cláudio Ramos é pai o impensável aconteceu… o Mcdonald’s agora serve sopa!!!

Mas o que vem a ser isto? Uma pessoa quer aumentar os seus níveis de colesterol e dilatar o seu perímetro abdominal e o quê que lhe dão? Um creme de espinafres ou uma sopa de legumes…

Eu até percebo a ideia de implementar hábitos de alimentação saudáveis nos portugueses mas... numa cadeia de fast-food (que tal começar pelas cantinas das escolas)? Qual é a piada de comer sopa com batatas fritas? "Agora que já comi a sopa, já me posso portar mal e comer estas batatas cheias de gordura… passa-me aí o ketchup!"

sábado, novembro 26, 2005

Prendas de Natal

O Natal de está à porta. Como esta é uma época de amor, fraternidade, paz, amizade, solidariedade, concórdia, afecto, generosidade, benevolência... vamos falar de bens materiais.

Está na altura de comprar os presentes para os familiares e amigos por isso vou dar uma ajuda.

Não vou sugerir nenhum produto em especial mas sim deixo aqui uma lista de itens a evitar:

Vestuário
- Galochas Colibri (aquelas com olhinhos de sapo)
- Kispo de marca K-way
- Meias brancas com as emblemáticas raquetes cruzadas

- Roupa interior masculina

- Chinelos de andar por casa (para senhora) com sola de espuma branca e a frente em pêlo
- Calças Gangster (vendidas nos hipermercados)

Higiene
- Conjunto de toilette com stick, roll-on, desodorizante em spray e bolsinha de viagem (em Napel... nem é napa nem é pele!) Old Spice, Blue Stratus ou Insignia for Man.

Artigos para o lar
- Conjunto de tupperwares de 23 tamanhos e formatos
- Descascador automático de alho
- Conjuntos de pratos translúcidos de tom âmbar
- Panos (napperonss) finamente rendados para colocar em cima da televisão

Artigos para automóvel
- Conjunto de duas bufadeiras cromadas
- Punho da manette de velocidades em alumínio (de preferência azul)
- Conjunto de cães que movimentam a cabeça e almofadas rendadas para colocar na chapeleira
- Ambientador com formato de volante com aroma a alfazema

Alimentação
- Todos... com excepção para o presunto "Pata Negra"

Em nome de toda a equipa que produz e realiza este blog, os votos de que...
..NÃO SE ESQUEÇAM DE MIM QUANDO COMPRAREM AS PRENDAS!


PS: A menção a marcas produtos ou serviços nest post é meramente indicativa e aleatória. Eu uso regularmente estes produtos com total satisfação...

PS2:... nem todos

quarta-feira, novembro 23, 2005

No Comment

...como na EuroNews




Classificados do jornal destak 23/11/05



terça-feira, novembro 22, 2005

Publicidade

Deve haver muitas marcas interessadas em utilizar a imagem do candidato socialista para publicidade.

Por exemplo, os comprimidos Viagra. Imagino um cartaz com Mário Soares a segurar um frasco dos mesmos, sorridente, e uma legenda em que se lê: “Viagra – até as bochechas incham”.

Ou então, aquela conhecida marca de pilhas, que poderia usar o Mário Soares com o seu slogan “e dura, dura, dura…”

Também uma marca de aparelhos auditivos poderia usar o mote de um cartaz do candidato octogenário “Saber Ouvir os portugueses” para publicitar os seus produtos

Uma cadeia de ópticas faria um spot publicitário com Soares a dizer “Eu tive um desconto de 82%”

E ainda, uma empresa de telecomunicações: (Soares a dançar ao som dos K-OS) “O português tem uma esperança de vida de apenas 75 anos, mas será que isso o preocupa? Nem um bocadinho… Porque ele mesmo depois dessa idade continua a fazer as coisas que mais adora”.

sábado, novembro 19, 2005

quarta-feira, novembro 16, 2005

Escolha Difícil

É bonito ver os nossos dois candidatos presidenciais a assumir as suas tácticas de uma forma tão frontal. E digo (escrevo) dois porque os outros, a julgar pela cobertura mediática que têm, interessam tanto como a quota de pescas do Bahrein.

Mário Soares, no rés-do-chão, berra tudo o que pode, para ver se consegue convencer Cavaco Silva, que está lá em cima no 4º andar, com vista panorâmica para Portugal, a vir cá abaixo discutir com ele. Já o professor, mantém-se imperturbável, escudado pelo seu vestuário da Maconde à prova de insultos, provocações, ou essa coisa chamada realidade.
Mas o avô Mário já nem tem idade para estas coisas, a presidência da república, que se calhar era melhor para alguém que ainda tivesse idade para ter vontade de completar algo mais do que um ciclo digestivo.

Das cinzas renasceu Cavaco Silva. Foi, tal como o seu discurso, um processo lento e gradual. Já ninguém se lembra daquele primeiro ministro que só não foi arrasado por Guterres porque passou a bola a Fernando Nogueira, o Santana Lopes de então.
O Prof. Cavaco Silva de agora promete impedir que os nossos governantes tomem alguma medida remotamente parecida com as que tomou o antigo Prof. Cavaco Silva quando estava no governo.
Temos de reconhecer a pose de estado do não-politico-profissional. Pelo ar que consegue pôr, merece um alto cargo, mas…sei lá…a presidência de um condomínio em Carcavelos, ou do CSSPE – o Clube de Sueca de S. Pedro do Estoril. E deixávamos a presidência da república para alguém que percebesse um pouco mais do que vai para lá fazer e já agora que mastigasse como as pessoas.

Entretanto, os outros pseudo-candidatos continuam a sua cruzada no deserto.

Louçã queixa-se de tudo e de todos, sinal evidente de que o quer que seja que anda a tomar para a queda do cabelo não está a resultar. Talvez devesse considerar a hipótese Fernando Gomes.
Alegre é um homem grandioso. Corajoso, fiel, recto, magnânime. Infelizmente, para quem vive fora de uma peça de Shakespeare, tudo isso se confunde com presunção.
Quanto a Jerónimo de Sousa, continua a querer mudar a forma como a riqueza é distribuída, como o povo é tratado em Portugal, etc., etc., mas já não é nada mau se conseguir chegar até ao dia das eleições sem perder a voz.

Resta-nos Manuel João Vieira e o José Maria Martins.

O primeiro é um visionário que faz qualquer humorista parecer o general Ramalho Eanes, é folião, irresponsável, alucinado, descarado, completamente desprovido de ambição, divertido. O outro para além de ter todas as características do Manuel Vieira ainda é advogado do Bibi.

Ora aqui está uma escolha difícil.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Paris a Arder

Há uns célebres gauleses que sempre tiveram medo que o céu lhes caísse um dia em cima. E porquê? Porque de vez em quando há algo que faz desabar o país da revolução francesa. Algo de visceral e muito profundo. Quem conhece um pouco da história de França sabe que aquele país, que sempre foi o símbolo do progresso e da sofisticação e o centro da Europa (e do Mundo, numa perspectiva eurocentrista), tem alturas em que descamba. E daí para os banhos de sangue e a violência mais desabrida demora o mesmo que o zero aos cem de um F 40.

É o que está a acontecer mais uma vez. 30 anos depois do Maio de 68, os últimos motins graves em França, regressa a convulsão social grave à capital. Por todo o lado se escrevem crónicas e se tecem comentários sobre o que se passa. Todo o idiota que se preze tem uma teoria, incluindo eu. Assim, vou estabelecer uma tipologia das melhores opiniões que fui lendo e ouvindo por aí.

A - Há os que preferem uma solução final para os amotinados, idêntica há de um senhor de bigode ridículo que tentou dominar a Europa a meio do século passado.

B – Há os que culpam os franceses, como Vasco Pulido Valente que vai ao ponto de dizer que a França é o país mais racista e xenófobo da Europa. Embora não me pareça muito convicto. No fundo está a malhar por malhar. Está-lhe na massa do sangue. Dá-me ideia que o Vasco é do género de pessoas que buzina no trânsito mesmo quando vai sozinho por uma rua abaixo, só porque sim. Não me parece que se possa dizer que a França é mais racista e xenófoba que a Suíça, a Áustria, a Alemanha, ou a Bélgica, por exemplo. Países onde tudo poderia também ter acontecido. Aconteceu em França, porque tinha de acontecer aí. Nisso a França teve galo.

C – Há os que não têm opinião, mas acham que alguém devia fazer alguma coisa. É o pensamento mais comum dos frequentadores de festas do Jet Set.

D – Há os que desculpabilizam os tipos que incendeiam os carros, as lojas, os autocarros, os comboios, as fábricas, etc. Porquê? Porque os incendiários são vítimas do sistema. São pessoas oprimidas. Mas eu digo, também os sportinguistas se diziam oprimidos pelo sistema muito tempo e não deitaram fogo a nenhum carro de árbitro. Duas ou três pedritas ainda vá, mas fogo? Isso é vandalismo, é violência, não tem desculpa.

E – Há os que acham isto útil no sentido de uma renovação do parque automóvel francês. Pelo menos já ouvi isto da boca de certas pessoas. Julgo que o se deveriam identificar quem pensa assim. São, obviamente, indivíduos muito perigosos.

F – E há quem tenha teorias radicais, como eu, que não se perde nada em desconhecer.

Penso que o que se passa vai acabar por crescer ainda mais. A próxima grande guerra será uma guerra de pobres contra ricos. Não é religiosa, nem política, nem sequer é civilizacional. É a guerra da má distribuição da riqueza. E um rico pode ter armas, dinheiro, poder, mas tem algo que o torna imensamente frágil, tem muito a perder com uma guerra. Perde o seu estilo de vida, o seu conforto, a sua vida feliz e constantemente ensolarada, a oportunidade de gastar alegremente todo o seu dinheiro. O pobre não. Um cidadão da Somália, por exemplo, com um rendimento de vinte cinco Euros, cuja família morreu chacinada por uns quaisquer senhores da guerra, cujo os amigos morrem aos magotes de HIV e de subnutrição, ou tem hipótese de ter uma vida melhor ou só lhe resta a revolta. Não tem nada a perder.

Um dia talvez paguemos a factura por estarmos no lado confortável da barricada. Os cornetins que anunciam esse dia parecem começar a fazer ouvir-se. Mas também pode ser só o Vasco Pulido Valente a passear de carro pelas redondezas. Espero que sim. Do mal o menos.

quarta-feira, novembro 09, 2005

O Nosso Portugal

Decididamente viver em Portugal é uma maravilha! Ou, pelo menos, bom. Menos mau, pronto.

O país dos brandos costumes pode não ser muito emocionante, glamouroso, civilizado, desenvolvido, equilibrado, bem governado, significativo, próspero, meritório da sua herança histórica e cultural, exótico, bem urbanizado, autónomo, aberto a novas ideias, mas é um país! Ah, e tem brandos costumes.

Há coisas que por cá simplesmente não acontecem. Atentados, só à inteligência; catástrofes naturais, tirando esta ultima seca agreste e a Teresa Guilherme, só as nossas celebridades, que apesar de levarem o pedantismo a níveis tóxicos comparáveis ao urânio enriquecido, não matam; quanto ao crime, resume-se basicamente ao mundo do futebol e aos discos do Toy. Nem Sequer a gripe das aves cá chega, e não me venham falar do Ricardo.

Claro que há excepções à regra, mas não só a confirmam, como são espoliadas de qualquer relevância pela forma como por cá são abordadas. Podem aparecer autarcas acusados de abusos ou corrupção, que os Portugueses fazem a melhor coisa para apagar o caso, que é voltar a votar neles. Crimes de gangs têm a mesma visibilidade que a carreira da Lídia Franco, sendo que até já se cruzaram, com benefícios mútuos.

A seca deste ano foi devastadora, mas sempre que teve tempo de antena, foi uma seca! Os incêndios são terríveis, trágicos, mesmo na televisão dão um bom espectáculo (embora repetitivo), mas têm um péssimo timing – no verão, maior parte dos Portugueses está de férias - deviam escolher outra época.

E por isso andamos sossegados.
Temos esta terrível crise mas mais uma vez, o Português, não querendo que lá fora percebam que isto por cá é Marrocos com mais marcas de iogurtes, empenha-se em atulhar centros comerciais, feiras populares e quaisquer eventos em que se ofereçam bonés. Fá-lo contrariado, a sua inteligência e perspectiva esclarecida das sua condição sócio-antropo-económica não deixam que esqueça a terrível situação em que se encontra, mas disfarça, ri-se, berra alegremente, e muito a custo lá engole mais um garrafão de seja o que for que lhe faça vontade de comer chouriço.

Até me admira como é que as operadoras turísticas que têm como missão vender Portugal não usam esta perspectiva. Em vez das praias e campos de golfe do Algarve, experimentem vender a essência do nosso País – “Portugal, o país em que não acontece nada”.

terça-feira, novembro 08, 2005

segunda-feira, novembro 07, 2005

Padre?

No Verão passado numa freguesia dos arredores de Esposende, de onde o meu pai é natural, uma senhora de idade (aproximadamente a do Soares) interpelou-me, oferecendo-me uns folhetos, e tentou convencer-me a ir para o seminário para ser padre.
Eu, fazendo um esforço para conter o riso, expliquei-lhe ia entrar para a faculdade e achava que essa não era a minha vocação... Ela continuou a insistir mas eu consegui dissuadi-la daquela tentativa de me levar para a vida religiosa (Deus me livre!).

Hoje poucos meses depois, arrependi-me profundamente de ter rejeitado aquela proposta… sim hoje… depois de ter saído dos cinemas do Norteshopping onde vi “O Crime do Padre Amaro”…

terça-feira, novembro 01, 2005

Confusões

Hoje passei em frente a uma loja de acessórios para casa de banho e quando olhei para a montra houve uma linha de artigos de design arrojado (modernices) que me prendeu a atenção: Fiquei na dúvida se um dos acessórios dessa gama era um piaçaba ou uma escova de lavar as costas…

quinta-feira, outubro 27, 2005

Baleias Piloto

Continuo com os posts “National Geographic” – depois dos “pássaros constipados” e dos “leões mansos”, escolho este tema – pode ser que na próxima escreva aqui qualquer coisa sobre o ganso-patola, ou esse outro animal tão fascinante, o adepto de futebol.

Mas…o que é que as baleias piloto, que se atiram sobre a costa Australiana para morrer sabem que nós não sabemos? Estará o nosso mundo condenado? Será a gripe das aves o sinal do fim? Ou este já tinha chegado com o “Big show sic”?

São cada vez mais evidentes os sinais de desgaste do nosso planeta: temperaturas a subir, furacões, tsunamis, epidemias, Felgueiras. Tudo o que é natureza não humana faz-nos sentir tão bem-vindos na Terra como o Marques Mendes em Gondomar.

O que acontecerá quando atingirmos finalmente o ponto de saturação?

Se realmente existir um Deus que nos tenha eleito como raça especial, imagino que soluções não Lhe faltem: pode criar um planeta igualzinho ao nosso (talvez até melhor, sem algumas das imperfeições deste, como os terramotos, ou a praia de Matosinhos) mesmo aqui ao lado, uma espécie de planeta germinado; ou então, se estiver numa daquelas semanas em que não Lhe apeteça trabalhar até Domingo, pode simplesmente fazer um reboot à Terra, pôr os nossos esgotados recursos naturais outra vez a níveis aceitáveis – água, ozono, petróleo, a Cinha Jardim, etc.

Se tivermos de nos desenrascar sozinhos, vai ser um bocado mais difícil. A exploração espacial ainda está um bocadito atrasada. Ainda há muita gente a pagar as propriedades que tem por cá. Embalar bibelots para uma mudança interplanetária deve ser um pesadelo.

A culpa é nossa, só nossa. Tivemos um planeta fresquinho, a estalar de novo. Tínhamos todo o tipo de animais, vegetais, minerais, com a vantagem de não termos o Toy.
Mas a partir do momento em que um dos macacos que nos ante passou (imagino-o como o Tino de Rans, menos o boné) inventou a linguagem, o nosso destino ficou traçado. Logo viria o fogo, a religião, a roda, e por aí fora até à energia nuclear, e as telenovelas.

Claro que também há a ligeira hipótese de eu estar a exagerar. Se calhar as baleias piloto são é estúpidas – enganaram-se no horário das marés, ou não percebem que ainda têm de passar por uma evolução morfológica de alguns milhões de anos, antes de poderem ir beber uma Super Bock a uma esplanada.

Antes elas do que nós.

terça-feira, outubro 25, 2005

Dom Dias de La Mancha

O escudeiro do banco do leão, José Peseiro, caiu finalmente de seu burro abaixo e, na queda, arrastou consigo o seu Senhor. A analogia com a obra-prima, “Dom Quixote de La Mancha”, é grande. Dias da Cunha via gigantes, em vez de moinhos de vento, por todo o lado. Chamava-lhes “Sistema”. Com eles esgrimia uma luta digna de um nobre cavaleiro, mas punha quase todo o país a rir. Menos os sportinguistas, claro. Um nobre quixotesco suscita simpatia, admiração, mas nesta “Cosa Nostra” que é o futebol nacional, o que faz mais é papel de urso. E a um leão pede-se, acima de tudo que não faça papel de outro animal, ou seja, pede-se dignidade.

Por outro lado a Peseiro assenta na perfeição o papel de Sancho Pança. Pachorrento, espertalhuças e lambão, lá ia fazendo orelhas moucas à borrasca, apoiado pelo seu lunático Fidalgo, até se tornar absolutamente insuportável.

Soaram as trombetas no reino de Alvalade. Dom Dias de La Mancha e seu fiel escudeiro foram-se. Demorou até que acabasse a novela, aliás, tal como a grandiosa obra de Miguel de Cervantes, que é colossal em brilhantismo, mas também em tamanho. Surgiu novo cavaleiro. Soares Franco, de sua graça. Um cavaleiro de ar meio betinho, o que normalmente é bem visto por aquelas bandas. Para seu escudeiro foi buscar Paulo Bento, um bravo que até então treinava os potros nos arrabaldes e nas cavalariças. É muito novo. Aliás, julgo que ainda corre mais do que grande parte da equipa. E tenho a certeza que corre muito mais que o Polga. O que também não é muito difícil.

Tem carisma, embora use risco ao meio.
E tem uma estrelinha de sorte. O que se pode concluir do seu passado vencedor: campeão como jogador (Sporting), vencedor de várias taças (Sporting e Benfica), campeão como treinador nos juniores (Sporting).

E a prova final disso é o empate de ontem, já depois da hora. Com Peseiro, um golo depois da hora seria sempre, para o adversário (excepto Alkmaar).

Resta-me esperar para ver se o Sporting com este treinador vai de Bento em popa. E que o Júlio Isidro me desculpe por estar aqui a tentar usurpar o seu intocável título de Rei do Trocadilho Baratucho.

quinta-feira, outubro 20, 2005

A Gripe das Aves

Pela segunda vez este ano, aproveitaram uma vitória benfiquista para suavizar más notícias a dar ao País. Há uns meses, enfiaram pelo meio da alegria colectiva de 6 milhões de Benfiquistas (dos quais mais de 95 por cento preferem não ser sócios) que festejavam o título, os aumentos de impostos. Na semana passada, ainda estavam os adeptos do Éssélebê a festejar aquelas duas cabeçadas, quando se deixou escapar a terrível notícia da gripe das aves. E já não me lembro o que é que o Benfica ganhou no dia das autárquicas…

No meio disto tudo, quem se estão a rir são os vegetarianos. Isto não está fácil para quem se alimenta de animais. O colesterol, as vacas loucas, a gripe das aves. Só falta os bichos começarem a explodir-nos no prato. E porque é que nos sujeitamos a isto tudo? Porque temos esta mania estúpida de preferir comida com sabor. Recusamo-nos a ter os hábitos alimentares de um grilo. Não queremos ter o físico de um toxicodependente na terceira directa seguida no festival do Sudoeste.
Temo a próxima grande vitória do Benfica, invariavelmente usada para suavizar más notícias para os Portugueses. O que vale é que, seguindo o padrão dos últimos anos, esta não deverá acontecer antes do próximo sucesso dos Delfins.

domingo, outubro 16, 2005

Autárquicas

Eu sei que isto vem com uma semana de atraso, mas afinal estamos em Portugal não é?
O que é que os eleitores de Gondomar, Oeiras, e sobretudo Felgueiras fazem para ocupar os tempos livres? Ler jornais, ouvir rádio ou ver televisão não é de certeza. Alguém lhes diga que os presidentes de câmara que elegeram são suspeitos de crimes graves. E que a Amália morreu…

quinta-feira, outubro 06, 2005

A Escolha do Povo

Não há nada como umas eleições para mostrar como verdadeiramente funciona a democracia, essa maravilhosa herança da civilização Grega, a par de outras, como a Filosofia ou a homossexualidade.

Eleições: No meio, o poder; de um lado, quem o quer; do outro, quem o dá – venha o diabo e escolha. Ou, no caso em caso, o povo. E como é que isto é feito? Muito simbolicamente, com uma cruz num ‘códradinho’.


Mas as coisas não são tão simples como parecem.
O nosso povo não é parvo, não entrega os votos de mão beijada. Precisa de sentir que quem lhe pede o voto o merece, que tem ideias, que tem um projecto. E de um boné.

Para melhor formar o seu julgamento, comparece em força aos comícios políticos, esse espaço privilegiado para a difusão de ideais políticos e caldos verdes. Vai sempre com a intenção de ouvir propostas, ficar a conhecer estratégias, enfim, formar uma opinião, mas normalmente distrai-se tanto com o cheiro do churrasco, que quando dá por ela, já mamou tinto suficiente para o fazer rir fora de contexto.

Na rua, está sempre com atenção à passagem de caravanas. Capta qualquer subtileza: um candidato menos convencido do que diz, com menos vontade de se explicar às pessoas, menos desenrascado. Ou ainda pior, que não pegue em nenhuma criança ao colo nem se abrace a uma idosa.

A escolha é feita, as coisas correm mal, mas o povo não perde a compostura (a que ainda tinha para perder, claro). Queixa-se, critica, mas sem nomes, usa sempre um generalizante “eles” – “eles” são uns malandros, “eles” não fazem nada, “eles” gastam o nosso dinheiro, “eles” roubam – nunca personaliza. Isso seria pouco elegante, pouco educado, além de que obrigaria a decorar nomes de gente que nem sequer joga à bola.

domingo, outubro 02, 2005

Deus na Terra

Se Deus algum dia quiser descer à Terra para comunicar connosco, vai ter de o fazer num programa de televisão, ou ninguém lhe liga. Mas…que programa?

Poderá querer começar cedo, por exemplo, pelo “SIC 10 Horas”.
Senta-se, em toda a sua glória, numa bancada de contraplacado, entre uma reformada incontinente, um pato que fala e o Badaró.
Arranca o programa e arranca a música. A velhota, entusiasmada, dá uso à fralda enquanto bate palmas em “v”. Badaró acorda. Deus apercebe-se que isto, se calhar, não foi boa ideia.
Fátima Lopes, incansável, começa mais uma espectacular manhã, em que tanta coisa vai acontecer!!! E Deus que não sabia de nada…
Entra o Zé Malhoa, playback, palmas. Deus está com vontade de esganar alguém. Tenta sair, mas é apanhado a meio de um sketch, e tem que trocar piadas com o Fernando Rocha.
Blasfemou.


Decide-se, então, por um noticiário.
Faz uma aparição por detrás de um jornalista, em plena reportagem de exteriores, mas é agredido pelo emplastro, que lhe exige pagamento de direitos de autor. Deus perdoa-o, mas volta a pô-lo desdentado.
É entrevistado em estúdio pelo Rodrigo Guedes de Carvalho. Explica-lhe quem é, o que veio fazer à terra. O jornalista faz perguntas pertinentes: “Qual a origem do universo?”, “Existem outros planetas habitados?”, “É verdade aquilo que dizem das Chinesas?”. Deus recusa-se a responder, mas oferece-lhe a cura para a calvície.
Vem o intervalo, Deus tem que dar o lugar a um membro da IURD, que lhe pisca o olho. Deus transforma-o num porco, mas ninguém nota a diferença, e entrevistam-no na mesma.
Desiste.

Próxima paragem: transmissão do jogo do F C Porto, na Sport-Tv.
Deus alinha pelos azuis e brancos. Perdem na mesma.
No final do jogo, Deus dirige-se aos adeptos e revela a Sua identidade. Apupam freneticamente. Acreditam, mas não lhes chega Deus, querem o Mourinho.

Decidiu experimentar as telenovelas.
Começou por uma novela Brasileira. A meio da cena, já tinha uma amante e queria matar um tipo chamado Biri.
Experimentou uma novela Portuguesa, e pela primeira vez desde o princípio da Existência, adormeceu.

Apareceu em todos os programas do canal 2, mas não havia uma única pessoa a ver.

Entretanto, a TVI oferece-lhe um programa. Deus tem de viver fechado numa casa, com celebridades, sem se arrepender de ter criado o universo. Cinco segundos com o pseudo conde dão para ver que a prova é insuperável, mesmo para Ele.

Ultima tentativa: Deus vai ao “Herman SIC”.
Os convidados do programa acreditam todos em Deus, mas Deus, quando os vê, não acredita neles. Quem assiste ao programa também acredita em Deus, mas julgam que Ele é loiro e tem um restaurante em Alcântara.
Começa o programa.
Herman está especialmente inspirado. Deus não se impressiona. Herman diz umas coisas em Alemão. Deus pensa: “Grande merda! Experimenta o Aramaico!”. Herman canta e toca umas coisas no piano. Deus começa a ficar irritado.
Finalmente, Deus tem a sua vez.
Herman chama-o, Deus entra no set a levitar. “Que giro!”, diz o entertainer, irónico. Anjos já caíram do céu por menos, mas Deus controla-se. Senta-se com elegância e graciosidade suprema. Começam a circular boatos sobre a sua masculinidade.
Deus tem finalmente a sua oportunidade! Começa a explicar quem é, Herman engole em seco, e desafia-O para um milagre. Deus estala os dedos, entra o elenco dos Malucos do Riso, e faz um número inteligente, com piada!!! Todos estão convencidos…
Acaba o programa, Deus e Herman trocam contactos, combinam um almoço no “Café-Café”, e Deus volta para o céu.

Não mudou nada, não salvou ninguém, mas sempre teve gente a dizer-lhe “gosto muito de o ver trabalhar, senhor Deus!”.

sexta-feira, setembro 30, 2005

Fátima Felgueiras

É uma questão tão profunda como a religião ou o futebol: a política. Ou se acredita, ou não. Ou se acha que porreiro é andar de casaco de cabedal à taxista, nunca usar gravata, e viver, ou no Alentejo, ou na margem Sul; ou se prefere defender os valores mais tradicionais e conservadores, como a proibição do aborto e, se possível, o regresso da escravatura; ou não se tem convicções politicas nenhumas, mas tem-se vontade de se habilitar a qualquer coisa, para além de tolerância à cor laranja; ou então, não tendo vontade nenhuma de trabalhar, alinha-se contra o capitalismo, consome-se drogas, e faz-se comícios parecidos com o festival de Paredes de Coura.
Ou sim ou sopas. Quer dizer, também há o Freitas do Amaral…

Uma coisa eu admito: a assembleia da república, ou qualquer parlamento, são das instituições mais maravilhosas que o ser humano já foi capaz de conceber. A ideia de que qualquer pessoa pode ter a sua vez de falar sobre dado tema, independentemente das suas capacidades mentais ou de retórica, ou do interesse do que têm para dizer, é para mim prova da tolerância a que se chegou na politica – sob o mesmo tecto, terem tido o mesmo direito de uso da palavra, Passos Manuel e Luís Nobre Guedes, é mágico.

Cada vez mais a dignidade da política portuguesa está a chegar ao chamado “nível Americano” – vulgo barriga de cobra – mais baixo, só escavando.
As candidaturas maltratam-se mutuamente, sem qualquer pudor, chegam mesmo a utilizar-se ofensas pessoais.

Ah! Leram o título? Não achavam que eu ia escrever sobre ela? Não faltava mais nada!

quinta-feira, setembro 29, 2005

1VPM

Ao longo da história, diferentes civilizações e povos adoraram Deuses diferentes, representados por símbolos diversos. Os elementos naturais (por exemplo, o sol, que ainda hoje é adorado em meios mais cosmopolitas, nesse altar quase universal, o solário), os extraordinários Deuses do Olimpo (tão parecidos com as divindades do mundo do espectáculo, belos e insolentes), animais sagrados (a escolha da vaca, nunca percebi…porque não a mosca varejeira?), bem como, evidentemente, Deus, Alá, Buda (monoteísmo à escolha), e esses deuses mais recentes, os Josés (Cid, Mourinho e Castelo Branco).

Ora, há para mim um Deus acima de todos, um verdadeiro Deus (!!!!), que nos inspira, nos faz expirar, nos suscita contemplação, adoração, e está presente desde sempre, na sua forma perfeita – refiro-me, claro, a um Valente Par De Mamas, doravante referido como 1VPM (por razões práticas e de censura).

Deus é um conceito abstracto, que engloba em si a fé, o amor, e outras coisas lindas. No entanto, as diversas formas como se faz representar são altamente redutoras: um tem um filho aprendiz de carpinteiro que não fazia a barba, e que viveu com os pais até perto dos 30; um contorcionista gordo e careca; os Muçulmanos, como não podia deixar de ser, abordaram esta questão da forma mais extrema – ninguém pode desenhar a sua forma!!! – o que, conhecendo o gosto dos Árabes, se calhar não é má ideia (ainda o representavam com a cara da Maria de Lurdes Mutola).

Com 1VPM não é assim. 1VPM é a perfeição pura! A Sua forma é a Sua essência! Tudo o que Ele é, tudo o que nos faz almejá-LO, é-o justamente pela Sua forma!

Deus não é universal. Diferentes religiões entendem-no de forma diferente, representam-no de forma diferente, há quem nem sequer acredite.
Mas toda a gente acredita n´1VPM!!! Ele está mesmo em todo o lado (principalmente no verão e em anúncios de lingerie), é palpável, é universal!!!

Deus aliena. Quem não acreditar, está fora. Quem não quiser, não é querido.
Mas toda a gente quer 1VPM – homens e mulheres; novos e velhos; ricos e pobres – todos querem 1VPM!!!
Deus é inatingível, inimaginável, intocável.
1VPM não se encontra todos os dias, mas quando se tem a sorte de dar de caras com Ele, tocar-Lhe é o mínimo, e nunca mais nos sai da cabeça.

Tal como deus, 1VPM é uma entidade em si próprio, existe independentemente de tudo o resto. Quantas vezes deparamos com 1VPM, que faz tudo à sua volta passar para segundo plano? Quantas mulheres são o que são, só por 1VPM? O que seria de muitas mulheres, sem 1VPM?

Não vigia, não proíbe, não castiga. Seduz, convida, arrasa!
Quem não acha 1VPM sublime? Quem não O acha divinal? Quem, perante Ele, não se prostra, soluçando?

Eu, de joelhos, me confesso, adoro 1VPM!!!
E espero que a minha avó não leia isto…

sábado, setembro 24, 2005

Amor Impossível

(Para um título mais piroso do que este, tínhamos de ressuscitar a Cristina Caras Lindas).

Todos nós, que queremos viver num país governado por pessoas decentes, à frente de um estado que funcione, mas sem ter de emigrar, sabemos o que é um amor impossível.

Não há nada que doa mais, e que, por consequência, nos faça sentir mais vivos (exceptuando, talvez, um forte impacto nos órgão genitais). É uma dor forte, constante, um aperto cá dentro, tipo um ananás que comemos, sem o termos descascado, ou cortado às fatias. É falta de ar. É tempo que passa mais devagar. Não é uma música dos UHF, porque isso não é mesmo nada.

E isto para falar do quê?

Do estado de desânimo, de depressão colectiva dos Portugueses. O futuro não é brilhante, a luz não está ao fundo do túnel, ‘prá’ frente não é o caminho. O que de mais entusiasta se consegue é um encolher de ombros, acompanhado da eventual escarradela.

Está tudo preso por cordéis, com partes que não encaixam, a cosmética está a resultar cada vez menos, a ilusão desvanece. Mas deixemos a Lili Caneças, e voltemos ao nosso assunto.

O nosso amor por Portugal é impossível.

Logo à partida, ele não no-lo retribui. Bem podemos fazer o nosso melhor – pagarmos os impostos todos, votar a tempo e horas e nunca no Manuel Monteiro, deitar o lixo nos caixotes, desconfiar da masculinidade do Marco Paulo – que vamos continuar a ter Emanueis, sacos azuis, Zézés Camarinhas, Big brothers, Isaltinos Morais, todos de mãos dadas, a entoar as partes que conhecem do hino Nacional, entre arrotos de Lagosta.
Mas mesmo que o nosso amor pela pátria fosse retribuído, continuaria a não ser possível. Viver num país de que gostamos e com o qual estamos contentes está-nos tanto nos genes como a capacidade de cumprir o código da estrada ou falar baixo em publico.

Temo pelo dia em que isto esteja tão complicado que os verdadeiros Portugueses, aqueles que dão o nome à raça, comecem a desaparecer. Isto pode parecer estranho, mas acho que ainda hei-de ter saudades dos piqueniques à face da estrada, da musica pimba, dos palitos no canto da boca, dos Domingueiros, dos bonés pousados na moleirinha à camionista, nem que seja para sentir aquela vontade de ter um bastão de baseball na mão.

Não, espero que não. Este amor impossível eu não era capaz de aguentar.

quinta-feira, setembro 22, 2005

XXX

Andam a tentar vender fotos da Lili Caneças como Deus a trouxe ao Mundo, quer dizer um bocadinho diferente.
Isto é tão surpreendente como o facto do Cláudio Ramos ser casado. Mas quem é ia gastar dinheiro e, pior ainda, olhar para essas fotografias... se quiser vomitar ponho os dedos na garganta.


Mas como há sempre quem goste de violar a privacidade de pessoas conhecidas aqui fica um rigoroso exclusivo Postas de Pescada...

Rita Blanco em topless

quarta-feira, setembro 21, 2005

Sabedoria vs Inteligência

Sabedoria é saber que um tomate é um fruto, inteligência é não o pôr numa salada de fruta.

domingo, setembro 18, 2005

Feriados Religiosos

Se há altura em que todos somos católicos, é nos feriados religiosos. Não há ateu, agnóstico, ou católico de bancada, que na altura do feriado religioso não se compadeça daquilo que está a ser celebrado – pelo menos, o suficiente para não ir trabalhar.

Por muito rígidas que sejam as várias religiões que nos queiram recrutar, com um dado podem contar: sempre que for para não trabalhar, podem contar connosco!

Já aplicámos à nossa vida princípios provenientes de religiões que não a católica.
Do Islamismo, tirámos o bigode, e a poligamia. Do Judaísmo, a careca e as alheiras de Mirandela.
A religião católica tem essa ideia maravilhosa, a do feriado religioso, tão bem transmitida ao mercado de trabalho. Mas podiam ir mais longe.
Por exemplo, podiam aplicar o conceito da ressurreição aos produtos lácteos. Quem não compraria iogurtes, que depois de apodrecerem, voltassem a ficar óptimos? (que piada estúpida)
A questão da vida após a morte, aplicada ao mercado financeiro, era um golpe de génio! Fazia-se com as prestações bancárias o mesmo que se faz com o pecado: começar a pagar só depois de morto.
A confissão e redenção, esse reset espiritual, que maravilha! Subornávamos, corrompíamos, defraudávamos; ao fim do dia íamos à PJ, confessávamos tudo, e pronto! No dia seguinte podíamos começar outra vez!
Mas pronto. Até lá, o feriado já não é mau.

Mesmo que não acredite em nenhum Messias, nem no pai Dele, vou comemorar o Seu nascimento. Mesmo que “imaculada concepção” seja um conceito demasiado abstracto para qualquer macho latino compreender, não vou trabalhar. Mesmo nunca tendo lido nada na bíblia sobre uma lebre traficante de ovos de chocolate ou um velhote simpático de barbas brancas, vou ficar em casa!

Vão quatro engenheiros no carro, quando este avaria. Cada engenheiro dá a sua sugestão:
Engenheiro mecânico: A caixa de velocidades deve ter partido.
Engenheiro químico: Não concordo. O problema está na composição do combustível.
Engenheiro electrotécnico: Nada disso! É a bateria que está descarregada.
Engenheiro informático: E se nós saíssemos e entrássemos novamente?

ENTREI!!!

sexta-feira, setembro 16, 2005

O Yuppie do Século XXI

Nome: José Gustavo Costa e Silva
Idade: 32
Estado civil: solteiro
Profissão: Brand Manager da Web Multifuncional Slide Show Enhanced Concept

O Gus (lê-se "Gazee"), diminutivo pelo qual é conhecido entre as amigas trintonas, é um homem moderno, ainda que tenha nascido numa época em que os iogurtes eram feitos em casa numa iogurteira, que hoje em dia não dispensa um bio-qualquer coisa, um linha-xpto ou mesmo de um 0% ou magro!... Conclusão, ele continua a inchar.

Para contrariar este efeito indesejável está inscrito num ginásio de primeira água... custa um fortuna mas isso não vem ao caso.

Para manter a aparência gasta um frasco de bálsamo hidratante, um frasco de perfume por mês e trata a sua pele com máscaras de beleza (à base de lamas do Tibete).

O seu cabelo sedoso é alimentado por um champô revitalizante (com extractos de algas indianas) e retocado por uma máscara de tratamento (à base de oxigénio activo de Peru) que o protege contra os mais variados elementos (poluição, raios UV, camada de ozono... entre outros). Usa um corte de cabelo fashion , onde não pode faltar o gel (não pegajoso e com pró-vitaminas activas)... tudo isto aconselhado pelo seu consultor estético-capilar.

Para cobrir estes mimos, veste roupas de bom gosto, com padrões discretos, malhas e tecidos hipoalergénicos e de marcas elegantes. Compra um par de calças e uma camisa a cada 15 dias e dá muita importância às meias (detesta ver o calcanhar gasto). Sapatos que não sejam italianos não são sapatos, por isso usa-os apenas se lhe garantirem que são feitos de pele de rinoceronte de Turim.

Para ver as horas não lhe basta um Swatch (que pessoalmente aprecio!), opta sempre por um conceito mais avant-garde , com formas a fugir para o quadrado ou rectangular (às vezes até com uma válvula... tipo Omega Speedmaster!).

Vive num apartamento pequeno, mas bem situado, que lhe custou para cima de uma pequena fortuna... custou quer dizer.... vai custando! Toda a decoração ficou a cargo dele e não foram poupados esforços para manter um nível invejável de conforto e bom gosto (cozinha nórdica, madeiras exóticas, granito de excelente qualidade, electrodomésticos de marcas não comercializáveis nas grandes superfícies, entre outros).

Tem um sistema de cinema em casa de fazer inveja à Warner Lusomundo (tudo da marca Harman&Kardon... mas importada exclusivamente da Suíça!).

Não se deixa conduzir por um automóvel comum, guia um Lexus IS200 ( full -extras... mas com um discreto tunning da power-ship .). Os estofos são em pele Coneley... está tudo dito!

Organiza regularmente jantaradas em restaurantes da moda para grupos pequenos, mas faz questão de pagar as contas às colegas com o cartão de crédito!... Não é burro nenhum porque em cada 1000 € de transacções tem direito a 100 pontos... que dão descontos em ginásios e lojas de moda!

Faz três períodos de férias por ano (Primavera: vai ganhar cor para Lanzarote; Verão: alimenta a cútis nas Maldivas; Inverno: esquia em Aspen).

O seu objectivo na vida é casar... e passar a velhice em Biarritz... numa pequena vivenda.

Tabela de encargos

Alimentação
Compra tudo no Jumbo (como diz o spot "is a Jumbo client!!") aproveitando as campanhas dos mais variados produtos. Tem o cartão Dominó do Pingo Doce e usa freneticamente o cartão de crédito Continente.

Beleza
Compra perfumes na Makro com cheques pré-datados e os restantes produtos compra por catálogo para ter direito aos cupões de desconto.

Habitação
Fez um crédito habitação em nome da irmã mais nova que trabalha na Zara e desconta pelo ordenado mínimo. Uma boa parte da entrada que deu para o andar teve origem na venda de um imóvel perto de um bairro social (o tio deixou-lhe tudo o que tinha... a casinha era pobre mas rendeu algum dinheiro!). Parte do valor que paga mensalmente ao banco provém do aluguer de um quarto (o seu antigo quarto) em casa dos pais... sempre são 150 €.

Recheio da habitação
Comprou tudo a 96 meses sem juros. Do rol fazem parte os seguintes elementos: televisão, DVD, descodificador Prologic 5.1, sistema sourround, máquina de lavar e secar roupa, máquina de lavar loiça, esquentador, batedeira, moinho e máquina de café e microondas.

Automóvel
Deu à troca uma Renault Nevada GTX de 1992 e um Fiat Uno de 1985 (para aproveitar a campanha de veículos em fim de vida) e ficou a dever cerca de 35000 € diluídos por 120 prestações de 300 €. A manutenção é feita na garagem de um amigo... pois está fora de questão levar ao concessionário!... Da última vez que lá foi para mudar o óleo pagou o equivalente a um estadia num Spa escandinavo..

Férias
Possui uma linha de crédito específica concedida pelo banco, que consiste no retardamento das prestações em dívida. Neste momento está a terminar de pagar as férias de Inverno de 1998.

A lycra, a borracha, a língua dos camaleões, as pastilhas elásticas, as meias de vidro e os suspensórios esticam... o dinheiro não. Por isso, o Gustavo Costa e Silva teve que procurar um emprego extra para fazer face aos gastos. Como tem horário flexível, sai às 5 horas e vai directo para a TelePizza, onde trabalha até às 21. Pode então jantar e relaxar até às 22, hora de entrada no turno da noite do Maxmat.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Sondagens Presidenciais

Muito me espantam as perguntas que fazem aos Portugueses, quando tentam perceber qual o seu candidato preferido: “Com quem preferia beber um copo?”; “a qual deles emprestava o seu carro?”; “qual deles gostava mais de ver de chinelos e caviada, com o ‘24 horas’ debaixo do braço?”. Estamos a tentar escolher um presidente da república, ou um gajo a quem vender um Kit de sócio do Benfica?

Isto virá das últimas eleições Americanas, em que, para ajudar os eleitores Americanos a escolher, os especialistas defendiam que se tratava de escolher, entre Bush e Kerry, a melhor companhia para uma cervejinha? O resultado foi demonstrativo. De facto, Bush deve ser bem divertido num bar, ou mesmo numa casa de alterne, assim como o devem ser Zezé Camarinha ou Tino de Rans, mas qualquer um destes desafios a Darwin à frente dos destinos do meu país…não, obrigado.

Se querem mesmo que os Portugueses escolham o seu presidente, não pelo seu valor ou utilidade mas pela sua capacidade de se integrarem no quotidiano do “simple man”, em vez destas perguntas estúpidas, façam um reality show: “A Casa do Presidente” – quatro homens fechados num andar com marquise e chão de tijoleira, tendo como único contacto com o exterior a imprensa desportiva e a ‘Maria’ – os Portugueses que escolham o melhor.

Site Meter

Eu nunca dei muita atenção às funcionalidades do Site Meter mas hoje, que não tinha nada melhor que fazer, pus-me a explorar.
E descobri uma coisa no mínimo bizarra:
Então não é que no dia 13 deste mês veio parar a este humilde blog um visitante de New Jersey depois de ter pesquisado no msn por "salsichas isidoro".

Ele há coisas...

quarta-feira, setembro 14, 2005

Há Quem Diga Que:

“Este país está cheio de porcaria”. Isto faz-vos lembrar alguma coisa?

Participar numa manifestação do PNR em Lisboa revela a mesma argúcia e fineza de espírito que invadir a Rússia no Inverno. Nisso, a extrema-direita portuguesa, composta por meia dúzia de glabros patéticos e desocupados, demonstrou alinhar pelo diapasão do seu lunático líder histórico, o shor Adolfo.

Segundo eles, a ideia é fazer uma marcha de protesto contra a adopção de crianças por casais homossexuais e o “lobby gay" (o que quer que isso seja). Tudo bem, toda a gente pode fazer marchas. Aliás, lá por Lisboa têm muita a mania disso mas é mais por altura do Santo António.

O problema está no conteúdo discriminatório e preconceituoso dos manifestantes em relação a quem tem opções sexuais "diferentes".

Manifestantes esses que devem ser os mesmos que à uns meses também “marcharam” contra a criminalidade que, segundo eles, era da responsabilidade dos imigrantes e dos negros em particular (o célebre “arrastão”).

Não haja duvida que esses senhores são um grupo bem representativo da pureza da raça portuguesa, é composto por uma mistura de judeus, árabes, celtas, africanos, entre outros de origem bem menos decifrável. Ou seja, se o português fosse um cão, era um simpático e mui nobre rafeirolas com uma mistura de quinze raças conhecidas e vinte e três desconhecidas.

Os “marchantes”, bem como a maioria dos portugueses normais são um conjunto de mulatos claros a precisar de praia (de Carcavelos, quem sabe). Nós somos, como diziam Caetanto e Gil numa das belíssimas cançonetas que fizeram juntos, “quase brancos, pobres como pretos”. Portugal é um país pobre de gente meio mestiça. Foi esse o resultado da nossa história, da nossa evolução, da miscigenação.

Como já alguém disse o português é o preto da Europa. Aliás, nos países ricos do norte, onde temos a condição de emigrantes, somos perseguidos por grupos de extrema-direita, como qualquer senegalês e, temos de ter cuidado, quando assobiamos para uma branca.

A criminalidade é um problema social. Por isso quero que seja tratado como tal. Quero que acabem com ele de uma forma eficaz, tanto do ponto de vista da prevenção como da repressão. Não me interessa se os responsáveis pelos roubos no areal de Carcavelos e na linha de Sintra são índios antropófagos, suecos satânicos, birmaneses que bebem por caveiras, ou aborígenes que degustam lagartas gordas em grutas. Ou melhor, estou-me a borrifar para a cor do ladrão. De preferência nem lhe quero é ver a cor.

Mas voltado à questão da manifestação de sábado… bem o melhor é nem perder mais tempo a falar nisso, pois vindo de quem vem…

terça-feira, setembro 13, 2005

Sudoku

À primeira vista um jogo japonês ainda por cima à base de números pode parecer pouco mais significativo do que Manuel Alegre para o PS, mas é certo que é a grande moda em Portugal, falo, claro, do “sudoku” (não confundir com Songoku). O Puzzle que soa como um insulto e parece uma tabuada, pôs os nossos veraneantes calados e de focinho para baixo. A quem quer que o tenha criado, muitíssimo obrigado.Já agora, uma ideia para o ministério das finanças: dêem nomes Japoneses (ou que tenham um “ku”) aos vossos impressos. Vão ver que, quando menos esperarem, vão ter uma vaga de rendimentos declarados que vai fazer o furacão Katrina parecer o Marques Mendes.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Cromos da Bola

Parece que o Mike Tyson é benfiquista e quer visitar o estádio da Luz e conhecer o Eusébio.
O pugilista também disse que o seu jogador favorito era o Petit pois, e passo a citar, “tem uma técnica muito parecida com a minha”.
Possivelmente o americano também ira conhecer o Luís Filipe Vieira o que é muito boa ideia. Para quem gosta de mordiscar orelhas, têm ali muito para se entreter.

O Mourinho vai ter uma figura de cera no museu Madame Tussauds. É curioso, porque desde os tempos do Futebol Clube do Porto que ninguém o via na casa de uma Madame.
Fico abismado com a qualidade daqueles bonecos. Parecem quase reais. O boneco de cera é tão parecido com o Mourinho que está convencido que é o melhor boneco do museu. É que fala e tudo. Aliás, consta que é ele quem escreve as crónicas para o Record.

O Maniche está descontente com a sua situação em Moscovo. Na minha modesta opinião, acho muito bem que o ex-jogador portista abandone a Rússia o mais depressa possível, quanto mais não seja porque ele já começa a ter muita dificuldade em falar português. Quando o centro campista fala parece que a sua língua quer sair-lhe da boca com a mesma vontade que ele quer sair da capital russa.

O Glasgow Rangers já começou a preparar o jogo contra o FCP. Diz que o treinador da equipa escocesa, lá no balneário, virou-se para os seus jogadores e disse: «Pessoal, muito cuidadinho com esta equipa portuguesa. Atenção que eles têm o guarda-redes que, há um ano, ganhou a Liga dos Campeões.» Ao que um dos jogadores pergunta: «Mister, não quer dizer a equipa que, há um ano, ganhou a Liga dos Campeões?» «Não. Dessa equipa só sobrou o guarda-redes. Os outros estão espalhados pelos cinco continentes.»

domingo, setembro 11, 2005

A Ana Malhoa...

...lançou um novo CD, mas se não se importam, prefiro falar de coisas menos trágicas, como por exemplo, os incêndios.

Quero deixar aqui um grande abraço aos heróis deste verão: os nossos bombeiros, que salvaram vidas e propriedades, lutando até à exaustão, e a todos os Portugueses que estoicamente aguentaram ver a mesma merda de reportagem sobre a mesma merda durante o verão todo.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Se7en

De tudo o que tem a ver com a religião católica, o que eu menos percebo são os chamados sete pecados mortais: preguiça, gula, luxúria, ira, cobiça, inveja e orgulho.
Das duas uma, ou não existem pecados mortais, ou faltam aqui alguns – votar PNR, ou comprar discos dos D’zrt, por exemplo.

Os primeiros três são os chamados pecados do corpo, e supostamente só prejudicam quem os comete.
Mas porque raio é que algo que eu faça, que apenas me prejudica a mim, automaticamente me condena ao inferno? Se eu:
a) Tivesse obrigado o Jaime Gama a não mexer a peida a vida toda, causando-lhe aquele físico de tipo que usou botas ortopédicas até aos 17 anos
b) Num acto de gula desenfreada, tivesse engolido o Marques Mendes
c) Fosse a Elsa Raposo
Ainda percebia. Mas se não prejudico ninguém, qual é o mal? Que espécie de Deus é este, que me dá o livre arbítrio, mas não mo deixa usar? E porque é que Ele não se candidata à presidência da Madeira?

Os pecados seguintes são os pecados do espírito, e prejudicam outrem. Por essa razão, concordo que haja uma punição, embora a eternidade no inferno me pareça excessiva. Se calhar, bastava uma semana a mergulhar na água da praia de Matosinhos. Bem... Que venha o Diabo e escolha.

De qualquer forma, devia haver “graus de pecado”, isto é, os pecados de espírito deviam ser distinguidos nas suas formas mais e menos graves.
Por exemplo, a ira. Nem toda a ira é prejudicial. Depende do mal que a pessoa irada consiga causar. O António Vitorino, na sua primeira intervenção após a mais recente vitória do PS, demonstrou toda a sua ira para com a comunicação social (o célebre “habituem-se!!!”). Mas…quem é que se assusta com aquele badameco?

A cobiça e a inveja, os mais humanos dos pecados. Dependendo do grau de intensidade que tomarem, podem levar ao crime, ou simplesmente à ambição. É a diferença entre um assassino, e um líder de uma nação. Sim, às vezes não é muita…

Por fim, o orgulho. A ser um pecado mortal, acrescenta mais um círculo do inferno aos 9 que Dante refere na “Divina Comédia”, o círculo José Mourinho.

Os pecados mortais não matam ninguém. O que fazem é condenar à eternidade no inferno, isto é, estamos a falar de futuro. Ora, como todos sabemos, para o Português, o futuro é depois de amanhã. Depois isso vê-se.
Se querem realmente assustar-nos, é melhor dar outro nome aos pecados mortais. Chamem-lhes “Pecados que fazem a nossa equipa perder em casa”; “Pecados que acabam com os tremoços”; “Pecados que obrigam a beber cerveja sem álcool” – era tudo a andar nos eixos…

quinta-feira, setembro 08, 2005

Tróia

Depois da implosão das duas torres de Tróia deu-me vontade de publicar aqui uma piada sobre o assunto mas de tudo que me veio à cabeça nada é de jeito.
Mas sendo este um assunto que vai ficar marcado nos anais da história este blog não poderia ficar de parte.
Por isso cá vão as tristes piadas que me ocorreram:

Acho que em vez da música clássica os convidados deviam ter sido brindados com um concerto Dzr't, ao vivo dentro de uma das torres durante a implosão.
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Isto com aviões, como na América, era mais bonito.
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O Sócrates podia ter accionado o detonador um pouco mais perto...
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Mostramos aos gregos que não precisamos de cavalos para destruir Tróia.

quarta-feira, setembro 07, 2005

O Regresso às Aulas

Atenção, não se assustem, não vos vou massacrar com este tema. Mas como fica sempre bem falar acerca do regresso às aulas... tenho pelo menos que lhe dar este título. E para demarcar melhor a ideia vou dizê-lo mais uma vez - O regresso às aulas está aí! - Ok, não se fala mais nisso.

Confesso que estou sem imaginação... já escrevi (até aqui) 62 palavras e não disse nada de jeito! Já me ocorreu abordar assuntos de elevado teor educativo, como a Teoria Quântica de Planck, as Leis de Newton ou mesmo o Equilíbrio da Solubilidade e a Formação de Dolinas, Estalactites e Estalagmites... mas não me parece bem. Enquanto pesquisava na minha "bíblia" de Química, o velho Raymond Chang, que tantas vezes me aturou as dúvidas mais persistentes (Ok... não liguem, é tudo mentira, a única coisa que sei de Química é que leva acento no "i"!!!!!), encontrei o seguinte:
"...para que a neutralidade eléctrica se mantenha, as cargas nas duas extremidades de uma molécula diatómica electricamente neutra têm de ser iguais em módulo e de sinais contrários..."
Isto é simplesmente LINDO, mas voltar às aulas custa tanto. Eu sei o que é isso, passei pelo mesmo nos últimos 12 anos.

Por isso aqui deixo uma palavra de apreço e solidariedade a todos os estudantes que vão iniciar as aulas, que eu (felizmente) ainda vou esperar algumas semanas…

domingo, setembro 04, 2005

Os 3 Estarolas

Pinto da Costa justificou a aquisição de mais um lateral esquerdo, dizendo : «Foi para nos precavermos. Já fizemos um ultimato ao César Peixoto - Ou joga no Porto, ou namora com a Isabel Figueira - as duas coisas é que não pode ser .»
Cheira-me que o Porto vai fazer um belo campeonato. Se só ganham com sorte e pela vantagem mínima a equipas que há dois meses estavam na segunda divisão, vou gostar de ver quando tiverem que defrontar clubes que já estão na Superliga há anos… Se bem que o Porto tem sido prejudicado pela arbitragem. Há dois jogos seguidos que os adversários entram com 12 jogadores. Aquele Hélder Postiga foi o terceiro central do Estrela e da Naval.

Não percebo porque é que dizem que o Benfica precisa de um criativo. Então se têm lá o Koeman, que se farta de inventar - O Beto a fazer o corredor direito? Só o estou ver aquele a fazer um corredor quando descobrir que não tem jeito para jogador de futebol e for trabalhar para as obras. Aí, tenho a certeza de que faz, não só corredores, mas também casas de banho e cozinhas!
Contrataram o Micoli para fazer dupla com o Nuno Gomes. É uma dupla de conto de fadas: o Micoli é um anão e o Nuno Gomes é a Branca de Neve.
Entretanto, para se prevenirem contra a gripe das aves, a direcção encarnada já comprou um cachecol e um Kispo para a águia Vitória.
O clube encarnado também lançou mais dois produtos da marca Benfica. O «pão Benfica» e os «Ultracongelados Benfica». O segundo usa a mesma técnica utilizada pela Judiciária para congelar as contas do José Veiga. Quanto ao «Pão Benfica», como é feito pela claque benfiquista, pode dizer-se que é (…preparem-se…) o pão que os Diabos amassaram. Pois. As minhas sinceras desculpas por esta sequência alucinante de trocadilhos. Lamento, mas não percebo muito de computadores e não sei onde é a tecla para apagar.

Ao nível da lagartagem, lá venderam o Rochemback, que saiu pela porta grande (é que pela pequena não passava). Parece que o Sporting não estava contente com a verba oferecida pelos ingleses, mas depois tiveram a ideia de o vender ao quilo, maneiras que acabou por render. Agora, no meio da equipa dos bifes, anda um naco de picanha!
Para o substituir, os lagartos contrataram o João Alves. Agora só faltam outros dois jogadores de 65 kg para a substituição ficar completa.

quarta-feira, agosto 31, 2005

O Bom Gosto

Logo à partida, é altamente subjectivo.
Um Portuga pode preferir um sapato de pala, cujo pecado não é o ter custado 9,99 Euros, mas sim o estar acompanhado de uma lustrosa meia branca, outro pode defender que o verdadeiro bom gosto está no bibelot, exposto em cima da televisão.
O terço que cai de um retrovisor pode parecer muito bonito a um, mas outro pode achar que o colete reflector colocado no banco dianteiro já é adereço suficiente.
Bem como a meia desportiva branca com a raquete vermelha a acompanhar umas sandálias fazendo conjunto com um fato de treino roxo pode ser considerado o ideal para um passeio de domingo.
E nem todos concordam acerca de qual a musica “mais bonita” do Tony Carreira. Enfim, não é fácil…

O bom gosto impõe-se.
Cada um, como concluiu Bandura, é influenciado desde sempre pela sociedade em que está inserido. O que tem lógica, pelo menos, custa-me a crer que uma criança, ao nascer, escolha chamar-se Soraya, e prender o cabelito em puxinhos.
Assim como nenhuma criança nasce má, ninguém nasce com predilecção natural pela música (em sentido muito lato) do José Malhoa, pela política ou pelas telenovelas. Estas coisas ensinam-se, passam-se aos mais novos, impõem-se.

Mas a verdadeira tragédia está na sua transcendência. O bom gosto, em Portugal, é completamente inatingível, mais ainda do que Deus.
Como todos bem sabemos, na religião Católica seguimos uma política de Bem/Mal. Se o saldo, ao fim da vida, for favorável ao Bem o resultado liquido é o Céu, logo, Deus. É uma hipótese remota, mas existente.
Já no caso do bom gosto, nem essa luz ao fundo do túnel se vislumbra. O Português nem com a morte consegue atingir o bom gosto. Aliás, na maior parte das vezes, é mesmo quando morre que consegue distanciar-se ainda mais.
Começa logo pelo acto em si. Mal deixa de viver, vêm os eufemismos: O Português não morre – “Falece”. Para ele não há enterro – é o “funeral”.
Como se isto não bastasse, o seu nome é esparramado em jornais diários, entre o desporto e a programação televisiva. É, portanto, uma informação cujo nível de interesse está entre a última contratação da equipa de hóquei da Oliveirense, e o horário dos “Morangos com Açúcar”.
E se tiver o azar de ser uma pessoa conhecida, ainda é aplaudido no caminho para o fundo.

A mensagem de esperança é fátua. Esforçarmo-nos por atingir a perfeição? Não! Exactamente o contrário! Esforçarmo-nos o menos possível! Pois se quanto mais nos esforçamos, pior é…

terça-feira, agosto 30, 2005

Viagens de Autocarro

Agora, com o Metro cá em Matosinhos praticamente não tenho realizado uma das experiências mais radicais que temos oportunidade de viver no dia-a-dia – Andar de Autocarro


- Andar de autocarro? Experiência radical? – Perguntam vocês.
- (…)
- Pois, então, atentem nos seguintes aspectos e vejam se depois não partilham a minha ideia.

A surpresa: O factor surpresa é, provavelmente, um dos mais importantes nas viagens de autocarro. Nunca sabemos a que horas passa um autocarro nem se vem a abarrotar até à porta ou se virá vazio. E lá estamos nós na paragem fustigada pelo vento e pela chuva ou então abrasada pelo sol, a olhar para o horário dos transportes e a tentar perceber porque é que, se no horário há indicação de um autocarro que passa às 8h00, são 8h45 e nós ainda estamos ali. Entretanto, distraímo-nos da questão, viramos costas para ver uma montra ou um cãozinho que passa e, zás! Lá vai o autocarro rápida e desenfreadamente... e nós continuamos ali.

A emoção, a ansiedade: Quando finalmente conseguimos apanhar um autocarro há dois cenários possíveis: ou este vai cheio até à porta ou está praticamente vazio - com meia dúzia de pessoas de aspecto nada recomendável.Se o autocarro for cheio, primeiro há que tentar passar por entre as pessoas até conseguir validar o bilhete. Depois de cerca de 327 pisadelas, 7 cotovelos enfiados no estômago e 4 puxadelas de cabelo lá conseguimos "picar" a senha. Em seguida, e com o cuidado de pôr em prática algum do civismo que possuímos, tentamos avançar até ao meio do autocarro para não ficar a obstruir a porta... Má ideia! Acreditem que passar por entre senhoras com 1 m de envergadura que se plantam no meio do corredor central com as pernas abertas para se equilibrarem, adolescentes que abanam freneticamente a cabeça ao som de Rammstein, jovens raparigas que tentam a todo o custo que não lhes toquem nem num fio de cabelo e putos barulhentos e irrequietos é uma tarefa do mais emocionante que pode haver.Se o autocarro for vazio sentamo-nos num dos lugares perto da porta, talvez o segundo ou terceiro que encontremos. Eis senão quando entra uma senhora de idade avançada com 4 ou 5 sacos de compras na mão e que, com uma imensidão de lugares à sua disposição, vai querer sentar-se exactamente no lugar em que estamos. Depois de duas ou três tentativas para convencer a senhora a "desamparar a loja" lá temos de lhe ceder o lugar e ouvir coisas como "Esta juventude está perdida..." ou "Anda aqui uma mulher a trabalhar...".

Pura adrenalina: Como qualquer desporto radical que se preze a viagem de autocarro tem de disparar a produção de adrenalina. E é o que acontece! Senão, vejamos.O motorista arranca da paragem e, ainda estamos a tentar sair de perto da porta e já ele fez uma travagem brusca pois viu um gatinho a tentar atravessar a rua e, como está bem-disposto, até vai parar. Isto dá direito a uma nódoa negra no braço que embateu violentamente na frente do autocarro. Quando já estamos bem seguros a um apoio no corredor do autocarro, começam as curvas e contracurvas. E lá vamos nós a balançar: ora pisa a senhora que vai ao nosso lado e olha para nós como se nos fosse matar, ora dá uma cabeçada ao senhor que vai mais atrás e que cheira a cerveja, ora leva com a mochila de uma miúda nas pernas, ora caem em cima de nós 2 ou 3 senhoras que não tiveram tempo de se segurar. Depois, mais uma travagem brusca - por causa de um carro que vinha da direita e não tinha nada que se meter - e lá vamos todos: cabeça e tronco para a frente, pernitas para trás. A seguir, uma aceleradela brusca e desta feita cabeças e troncos para trás e pernitas para a frente, todos coordenados. Um autêntico bailado, um Lago dos Cisnes contemporâneo e em movimento... coisa má’linda!!

O aroma: Geralmente, os desportos radicais são praticados ao ar livre e podemos sentir o aroma da Natureza. No autocarro também... podemos sentir o aroma da natureza humana.É em viagens matinais que se percebe a quantidade de pessoas que não lavam os dentes quando estas bocejam e espalham pelo ar já saturado do transporte o cheiro à cebola da salada do último jantar. Nas viagens de fim do dia os hálitos já estão salpicados de cerveja, toucinho e café e somos ainda surpreendidos pelo cheiro a suor e a pés que já fizeram muitos quilómetros – o chamado chulé.

Como vêem, andar de autocarro é puramente radical...

Inauguração

Hoje, que faz um ano que me meti nestas coisas da blogosfera, inauguro oficialmente este blog.
Aqui vou continuar com o estilo de posts do outro Postas de Pescada mas talvez também venha a escrever sobre assuntos mais sérios mas com o tempo isso se verá.

Adicionei uma selecção de posts do antigo blog que achei interessante manter para a posterioridade.

P.S. Se algum responsável da Gelpeixe estiver a ler isto eu aceito contribuições financeiras por estar a fazer publicidade com aquela caixa lá em cima.
P.S. 2 Também estou aberto a propostas da Grupo-Gel, Pescanova, Iglo ou qualquer outra empresa do ramo.