sexta-feira, setembro 30, 2005

Fátima Felgueiras

É uma questão tão profunda como a religião ou o futebol: a política. Ou se acredita, ou não. Ou se acha que porreiro é andar de casaco de cabedal à taxista, nunca usar gravata, e viver, ou no Alentejo, ou na margem Sul; ou se prefere defender os valores mais tradicionais e conservadores, como a proibição do aborto e, se possível, o regresso da escravatura; ou não se tem convicções politicas nenhumas, mas tem-se vontade de se habilitar a qualquer coisa, para além de tolerância à cor laranja; ou então, não tendo vontade nenhuma de trabalhar, alinha-se contra o capitalismo, consome-se drogas, e faz-se comícios parecidos com o festival de Paredes de Coura.
Ou sim ou sopas. Quer dizer, também há o Freitas do Amaral…

Uma coisa eu admito: a assembleia da república, ou qualquer parlamento, são das instituições mais maravilhosas que o ser humano já foi capaz de conceber. A ideia de que qualquer pessoa pode ter a sua vez de falar sobre dado tema, independentemente das suas capacidades mentais ou de retórica, ou do interesse do que têm para dizer, é para mim prova da tolerância a que se chegou na politica – sob o mesmo tecto, terem tido o mesmo direito de uso da palavra, Passos Manuel e Luís Nobre Guedes, é mágico.

Cada vez mais a dignidade da política portuguesa está a chegar ao chamado “nível Americano” – vulgo barriga de cobra – mais baixo, só escavando.
As candidaturas maltratam-se mutuamente, sem qualquer pudor, chegam mesmo a utilizar-se ofensas pessoais.

Ah! Leram o título? Não achavam que eu ia escrever sobre ela? Não faltava mais nada!

quinta-feira, setembro 29, 2005

1VPM

Ao longo da história, diferentes civilizações e povos adoraram Deuses diferentes, representados por símbolos diversos. Os elementos naturais (por exemplo, o sol, que ainda hoje é adorado em meios mais cosmopolitas, nesse altar quase universal, o solário), os extraordinários Deuses do Olimpo (tão parecidos com as divindades do mundo do espectáculo, belos e insolentes), animais sagrados (a escolha da vaca, nunca percebi…porque não a mosca varejeira?), bem como, evidentemente, Deus, Alá, Buda (monoteísmo à escolha), e esses deuses mais recentes, os Josés (Cid, Mourinho e Castelo Branco).

Ora, há para mim um Deus acima de todos, um verdadeiro Deus (!!!!), que nos inspira, nos faz expirar, nos suscita contemplação, adoração, e está presente desde sempre, na sua forma perfeita – refiro-me, claro, a um Valente Par De Mamas, doravante referido como 1VPM (por razões práticas e de censura).

Deus é um conceito abstracto, que engloba em si a fé, o amor, e outras coisas lindas. No entanto, as diversas formas como se faz representar são altamente redutoras: um tem um filho aprendiz de carpinteiro que não fazia a barba, e que viveu com os pais até perto dos 30; um contorcionista gordo e careca; os Muçulmanos, como não podia deixar de ser, abordaram esta questão da forma mais extrema – ninguém pode desenhar a sua forma!!! – o que, conhecendo o gosto dos Árabes, se calhar não é má ideia (ainda o representavam com a cara da Maria de Lurdes Mutola).

Com 1VPM não é assim. 1VPM é a perfeição pura! A Sua forma é a Sua essência! Tudo o que Ele é, tudo o que nos faz almejá-LO, é-o justamente pela Sua forma!

Deus não é universal. Diferentes religiões entendem-no de forma diferente, representam-no de forma diferente, há quem nem sequer acredite.
Mas toda a gente acredita n´1VPM!!! Ele está mesmo em todo o lado (principalmente no verão e em anúncios de lingerie), é palpável, é universal!!!

Deus aliena. Quem não acreditar, está fora. Quem não quiser, não é querido.
Mas toda a gente quer 1VPM – homens e mulheres; novos e velhos; ricos e pobres – todos querem 1VPM!!!
Deus é inatingível, inimaginável, intocável.
1VPM não se encontra todos os dias, mas quando se tem a sorte de dar de caras com Ele, tocar-Lhe é o mínimo, e nunca mais nos sai da cabeça.

Tal como deus, 1VPM é uma entidade em si próprio, existe independentemente de tudo o resto. Quantas vezes deparamos com 1VPM, que faz tudo à sua volta passar para segundo plano? Quantas mulheres são o que são, só por 1VPM? O que seria de muitas mulheres, sem 1VPM?

Não vigia, não proíbe, não castiga. Seduz, convida, arrasa!
Quem não acha 1VPM sublime? Quem não O acha divinal? Quem, perante Ele, não se prostra, soluçando?

Eu, de joelhos, me confesso, adoro 1VPM!!!
E espero que a minha avó não leia isto…

sábado, setembro 24, 2005

Amor Impossível

(Para um título mais piroso do que este, tínhamos de ressuscitar a Cristina Caras Lindas).

Todos nós, que queremos viver num país governado por pessoas decentes, à frente de um estado que funcione, mas sem ter de emigrar, sabemos o que é um amor impossível.

Não há nada que doa mais, e que, por consequência, nos faça sentir mais vivos (exceptuando, talvez, um forte impacto nos órgão genitais). É uma dor forte, constante, um aperto cá dentro, tipo um ananás que comemos, sem o termos descascado, ou cortado às fatias. É falta de ar. É tempo que passa mais devagar. Não é uma música dos UHF, porque isso não é mesmo nada.

E isto para falar do quê?

Do estado de desânimo, de depressão colectiva dos Portugueses. O futuro não é brilhante, a luz não está ao fundo do túnel, ‘prá’ frente não é o caminho. O que de mais entusiasta se consegue é um encolher de ombros, acompanhado da eventual escarradela.

Está tudo preso por cordéis, com partes que não encaixam, a cosmética está a resultar cada vez menos, a ilusão desvanece. Mas deixemos a Lili Caneças, e voltemos ao nosso assunto.

O nosso amor por Portugal é impossível.

Logo à partida, ele não no-lo retribui. Bem podemos fazer o nosso melhor – pagarmos os impostos todos, votar a tempo e horas e nunca no Manuel Monteiro, deitar o lixo nos caixotes, desconfiar da masculinidade do Marco Paulo – que vamos continuar a ter Emanueis, sacos azuis, Zézés Camarinhas, Big brothers, Isaltinos Morais, todos de mãos dadas, a entoar as partes que conhecem do hino Nacional, entre arrotos de Lagosta.
Mas mesmo que o nosso amor pela pátria fosse retribuído, continuaria a não ser possível. Viver num país de que gostamos e com o qual estamos contentes está-nos tanto nos genes como a capacidade de cumprir o código da estrada ou falar baixo em publico.

Temo pelo dia em que isto esteja tão complicado que os verdadeiros Portugueses, aqueles que dão o nome à raça, comecem a desaparecer. Isto pode parecer estranho, mas acho que ainda hei-de ter saudades dos piqueniques à face da estrada, da musica pimba, dos palitos no canto da boca, dos Domingueiros, dos bonés pousados na moleirinha à camionista, nem que seja para sentir aquela vontade de ter um bastão de baseball na mão.

Não, espero que não. Este amor impossível eu não era capaz de aguentar.

quinta-feira, setembro 22, 2005

XXX

Andam a tentar vender fotos da Lili Caneças como Deus a trouxe ao Mundo, quer dizer um bocadinho diferente.
Isto é tão surpreendente como o facto do Cláudio Ramos ser casado. Mas quem é ia gastar dinheiro e, pior ainda, olhar para essas fotografias... se quiser vomitar ponho os dedos na garganta.


Mas como há sempre quem goste de violar a privacidade de pessoas conhecidas aqui fica um rigoroso exclusivo Postas de Pescada...

Rita Blanco em topless

quarta-feira, setembro 21, 2005

Sabedoria vs Inteligência

Sabedoria é saber que um tomate é um fruto, inteligência é não o pôr numa salada de fruta.

domingo, setembro 18, 2005

Feriados Religiosos

Se há altura em que todos somos católicos, é nos feriados religiosos. Não há ateu, agnóstico, ou católico de bancada, que na altura do feriado religioso não se compadeça daquilo que está a ser celebrado – pelo menos, o suficiente para não ir trabalhar.

Por muito rígidas que sejam as várias religiões que nos queiram recrutar, com um dado podem contar: sempre que for para não trabalhar, podem contar connosco!

Já aplicámos à nossa vida princípios provenientes de religiões que não a católica.
Do Islamismo, tirámos o bigode, e a poligamia. Do Judaísmo, a careca e as alheiras de Mirandela.
A religião católica tem essa ideia maravilhosa, a do feriado religioso, tão bem transmitida ao mercado de trabalho. Mas podiam ir mais longe.
Por exemplo, podiam aplicar o conceito da ressurreição aos produtos lácteos. Quem não compraria iogurtes, que depois de apodrecerem, voltassem a ficar óptimos? (que piada estúpida)
A questão da vida após a morte, aplicada ao mercado financeiro, era um golpe de génio! Fazia-se com as prestações bancárias o mesmo que se faz com o pecado: começar a pagar só depois de morto.
A confissão e redenção, esse reset espiritual, que maravilha! Subornávamos, corrompíamos, defraudávamos; ao fim do dia íamos à PJ, confessávamos tudo, e pronto! No dia seguinte podíamos começar outra vez!
Mas pronto. Até lá, o feriado já não é mau.

Mesmo que não acredite em nenhum Messias, nem no pai Dele, vou comemorar o Seu nascimento. Mesmo que “imaculada concepção” seja um conceito demasiado abstracto para qualquer macho latino compreender, não vou trabalhar. Mesmo nunca tendo lido nada na bíblia sobre uma lebre traficante de ovos de chocolate ou um velhote simpático de barbas brancas, vou ficar em casa!

Vão quatro engenheiros no carro, quando este avaria. Cada engenheiro dá a sua sugestão:
Engenheiro mecânico: A caixa de velocidades deve ter partido.
Engenheiro químico: Não concordo. O problema está na composição do combustível.
Engenheiro electrotécnico: Nada disso! É a bateria que está descarregada.
Engenheiro informático: E se nós saíssemos e entrássemos novamente?

ENTREI!!!

sexta-feira, setembro 16, 2005

O Yuppie do Século XXI

Nome: José Gustavo Costa e Silva
Idade: 32
Estado civil: solteiro
Profissão: Brand Manager da Web Multifuncional Slide Show Enhanced Concept

O Gus (lê-se "Gazee"), diminutivo pelo qual é conhecido entre as amigas trintonas, é um homem moderno, ainda que tenha nascido numa época em que os iogurtes eram feitos em casa numa iogurteira, que hoje em dia não dispensa um bio-qualquer coisa, um linha-xpto ou mesmo de um 0% ou magro!... Conclusão, ele continua a inchar.

Para contrariar este efeito indesejável está inscrito num ginásio de primeira água... custa um fortuna mas isso não vem ao caso.

Para manter a aparência gasta um frasco de bálsamo hidratante, um frasco de perfume por mês e trata a sua pele com máscaras de beleza (à base de lamas do Tibete).

O seu cabelo sedoso é alimentado por um champô revitalizante (com extractos de algas indianas) e retocado por uma máscara de tratamento (à base de oxigénio activo de Peru) que o protege contra os mais variados elementos (poluição, raios UV, camada de ozono... entre outros). Usa um corte de cabelo fashion , onde não pode faltar o gel (não pegajoso e com pró-vitaminas activas)... tudo isto aconselhado pelo seu consultor estético-capilar.

Para cobrir estes mimos, veste roupas de bom gosto, com padrões discretos, malhas e tecidos hipoalergénicos e de marcas elegantes. Compra um par de calças e uma camisa a cada 15 dias e dá muita importância às meias (detesta ver o calcanhar gasto). Sapatos que não sejam italianos não são sapatos, por isso usa-os apenas se lhe garantirem que são feitos de pele de rinoceronte de Turim.

Para ver as horas não lhe basta um Swatch (que pessoalmente aprecio!), opta sempre por um conceito mais avant-garde , com formas a fugir para o quadrado ou rectangular (às vezes até com uma válvula... tipo Omega Speedmaster!).

Vive num apartamento pequeno, mas bem situado, que lhe custou para cima de uma pequena fortuna... custou quer dizer.... vai custando! Toda a decoração ficou a cargo dele e não foram poupados esforços para manter um nível invejável de conforto e bom gosto (cozinha nórdica, madeiras exóticas, granito de excelente qualidade, electrodomésticos de marcas não comercializáveis nas grandes superfícies, entre outros).

Tem um sistema de cinema em casa de fazer inveja à Warner Lusomundo (tudo da marca Harman&Kardon... mas importada exclusivamente da Suíça!).

Não se deixa conduzir por um automóvel comum, guia um Lexus IS200 ( full -extras... mas com um discreto tunning da power-ship .). Os estofos são em pele Coneley... está tudo dito!

Organiza regularmente jantaradas em restaurantes da moda para grupos pequenos, mas faz questão de pagar as contas às colegas com o cartão de crédito!... Não é burro nenhum porque em cada 1000 € de transacções tem direito a 100 pontos... que dão descontos em ginásios e lojas de moda!

Faz três períodos de férias por ano (Primavera: vai ganhar cor para Lanzarote; Verão: alimenta a cútis nas Maldivas; Inverno: esquia em Aspen).

O seu objectivo na vida é casar... e passar a velhice em Biarritz... numa pequena vivenda.

Tabela de encargos

Alimentação
Compra tudo no Jumbo (como diz o spot "is a Jumbo client!!") aproveitando as campanhas dos mais variados produtos. Tem o cartão Dominó do Pingo Doce e usa freneticamente o cartão de crédito Continente.

Beleza
Compra perfumes na Makro com cheques pré-datados e os restantes produtos compra por catálogo para ter direito aos cupões de desconto.

Habitação
Fez um crédito habitação em nome da irmã mais nova que trabalha na Zara e desconta pelo ordenado mínimo. Uma boa parte da entrada que deu para o andar teve origem na venda de um imóvel perto de um bairro social (o tio deixou-lhe tudo o que tinha... a casinha era pobre mas rendeu algum dinheiro!). Parte do valor que paga mensalmente ao banco provém do aluguer de um quarto (o seu antigo quarto) em casa dos pais... sempre são 150 €.

Recheio da habitação
Comprou tudo a 96 meses sem juros. Do rol fazem parte os seguintes elementos: televisão, DVD, descodificador Prologic 5.1, sistema sourround, máquina de lavar e secar roupa, máquina de lavar loiça, esquentador, batedeira, moinho e máquina de café e microondas.

Automóvel
Deu à troca uma Renault Nevada GTX de 1992 e um Fiat Uno de 1985 (para aproveitar a campanha de veículos em fim de vida) e ficou a dever cerca de 35000 € diluídos por 120 prestações de 300 €. A manutenção é feita na garagem de um amigo... pois está fora de questão levar ao concessionário!... Da última vez que lá foi para mudar o óleo pagou o equivalente a um estadia num Spa escandinavo..

Férias
Possui uma linha de crédito específica concedida pelo banco, que consiste no retardamento das prestações em dívida. Neste momento está a terminar de pagar as férias de Inverno de 1998.

A lycra, a borracha, a língua dos camaleões, as pastilhas elásticas, as meias de vidro e os suspensórios esticam... o dinheiro não. Por isso, o Gustavo Costa e Silva teve que procurar um emprego extra para fazer face aos gastos. Como tem horário flexível, sai às 5 horas e vai directo para a TelePizza, onde trabalha até às 21. Pode então jantar e relaxar até às 22, hora de entrada no turno da noite do Maxmat.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Sondagens Presidenciais

Muito me espantam as perguntas que fazem aos Portugueses, quando tentam perceber qual o seu candidato preferido: “Com quem preferia beber um copo?”; “a qual deles emprestava o seu carro?”; “qual deles gostava mais de ver de chinelos e caviada, com o ‘24 horas’ debaixo do braço?”. Estamos a tentar escolher um presidente da república, ou um gajo a quem vender um Kit de sócio do Benfica?

Isto virá das últimas eleições Americanas, em que, para ajudar os eleitores Americanos a escolher, os especialistas defendiam que se tratava de escolher, entre Bush e Kerry, a melhor companhia para uma cervejinha? O resultado foi demonstrativo. De facto, Bush deve ser bem divertido num bar, ou mesmo numa casa de alterne, assim como o devem ser Zezé Camarinha ou Tino de Rans, mas qualquer um destes desafios a Darwin à frente dos destinos do meu país…não, obrigado.

Se querem mesmo que os Portugueses escolham o seu presidente, não pelo seu valor ou utilidade mas pela sua capacidade de se integrarem no quotidiano do “simple man”, em vez destas perguntas estúpidas, façam um reality show: “A Casa do Presidente” – quatro homens fechados num andar com marquise e chão de tijoleira, tendo como único contacto com o exterior a imprensa desportiva e a ‘Maria’ – os Portugueses que escolham o melhor.

Site Meter

Eu nunca dei muita atenção às funcionalidades do Site Meter mas hoje, que não tinha nada melhor que fazer, pus-me a explorar.
E descobri uma coisa no mínimo bizarra:
Então não é que no dia 13 deste mês veio parar a este humilde blog um visitante de New Jersey depois de ter pesquisado no msn por "salsichas isidoro".

Ele há coisas...

quarta-feira, setembro 14, 2005

Há Quem Diga Que:

“Este país está cheio de porcaria”. Isto faz-vos lembrar alguma coisa?

Participar numa manifestação do PNR em Lisboa revela a mesma argúcia e fineza de espírito que invadir a Rússia no Inverno. Nisso, a extrema-direita portuguesa, composta por meia dúzia de glabros patéticos e desocupados, demonstrou alinhar pelo diapasão do seu lunático líder histórico, o shor Adolfo.

Segundo eles, a ideia é fazer uma marcha de protesto contra a adopção de crianças por casais homossexuais e o “lobby gay" (o que quer que isso seja). Tudo bem, toda a gente pode fazer marchas. Aliás, lá por Lisboa têm muita a mania disso mas é mais por altura do Santo António.

O problema está no conteúdo discriminatório e preconceituoso dos manifestantes em relação a quem tem opções sexuais "diferentes".

Manifestantes esses que devem ser os mesmos que à uns meses também “marcharam” contra a criminalidade que, segundo eles, era da responsabilidade dos imigrantes e dos negros em particular (o célebre “arrastão”).

Não haja duvida que esses senhores são um grupo bem representativo da pureza da raça portuguesa, é composto por uma mistura de judeus, árabes, celtas, africanos, entre outros de origem bem menos decifrável. Ou seja, se o português fosse um cão, era um simpático e mui nobre rafeirolas com uma mistura de quinze raças conhecidas e vinte e três desconhecidas.

Os “marchantes”, bem como a maioria dos portugueses normais são um conjunto de mulatos claros a precisar de praia (de Carcavelos, quem sabe). Nós somos, como diziam Caetanto e Gil numa das belíssimas cançonetas que fizeram juntos, “quase brancos, pobres como pretos”. Portugal é um país pobre de gente meio mestiça. Foi esse o resultado da nossa história, da nossa evolução, da miscigenação.

Como já alguém disse o português é o preto da Europa. Aliás, nos países ricos do norte, onde temos a condição de emigrantes, somos perseguidos por grupos de extrema-direita, como qualquer senegalês e, temos de ter cuidado, quando assobiamos para uma branca.

A criminalidade é um problema social. Por isso quero que seja tratado como tal. Quero que acabem com ele de uma forma eficaz, tanto do ponto de vista da prevenção como da repressão. Não me interessa se os responsáveis pelos roubos no areal de Carcavelos e na linha de Sintra são índios antropófagos, suecos satânicos, birmaneses que bebem por caveiras, ou aborígenes que degustam lagartas gordas em grutas. Ou melhor, estou-me a borrifar para a cor do ladrão. De preferência nem lhe quero é ver a cor.

Mas voltado à questão da manifestação de sábado… bem o melhor é nem perder mais tempo a falar nisso, pois vindo de quem vem…

terça-feira, setembro 13, 2005

Sudoku

À primeira vista um jogo japonês ainda por cima à base de números pode parecer pouco mais significativo do que Manuel Alegre para o PS, mas é certo que é a grande moda em Portugal, falo, claro, do “sudoku” (não confundir com Songoku). O Puzzle que soa como um insulto e parece uma tabuada, pôs os nossos veraneantes calados e de focinho para baixo. A quem quer que o tenha criado, muitíssimo obrigado.Já agora, uma ideia para o ministério das finanças: dêem nomes Japoneses (ou que tenham um “ku”) aos vossos impressos. Vão ver que, quando menos esperarem, vão ter uma vaga de rendimentos declarados que vai fazer o furacão Katrina parecer o Marques Mendes.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Cromos da Bola

Parece que o Mike Tyson é benfiquista e quer visitar o estádio da Luz e conhecer o Eusébio.
O pugilista também disse que o seu jogador favorito era o Petit pois, e passo a citar, “tem uma técnica muito parecida com a minha”.
Possivelmente o americano também ira conhecer o Luís Filipe Vieira o que é muito boa ideia. Para quem gosta de mordiscar orelhas, têm ali muito para se entreter.

O Mourinho vai ter uma figura de cera no museu Madame Tussauds. É curioso, porque desde os tempos do Futebol Clube do Porto que ninguém o via na casa de uma Madame.
Fico abismado com a qualidade daqueles bonecos. Parecem quase reais. O boneco de cera é tão parecido com o Mourinho que está convencido que é o melhor boneco do museu. É que fala e tudo. Aliás, consta que é ele quem escreve as crónicas para o Record.

O Maniche está descontente com a sua situação em Moscovo. Na minha modesta opinião, acho muito bem que o ex-jogador portista abandone a Rússia o mais depressa possível, quanto mais não seja porque ele já começa a ter muita dificuldade em falar português. Quando o centro campista fala parece que a sua língua quer sair-lhe da boca com a mesma vontade que ele quer sair da capital russa.

O Glasgow Rangers já começou a preparar o jogo contra o FCP. Diz que o treinador da equipa escocesa, lá no balneário, virou-se para os seus jogadores e disse: «Pessoal, muito cuidadinho com esta equipa portuguesa. Atenção que eles têm o guarda-redes que, há um ano, ganhou a Liga dos Campeões.» Ao que um dos jogadores pergunta: «Mister, não quer dizer a equipa que, há um ano, ganhou a Liga dos Campeões?» «Não. Dessa equipa só sobrou o guarda-redes. Os outros estão espalhados pelos cinco continentes.»

domingo, setembro 11, 2005

A Ana Malhoa...

...lançou um novo CD, mas se não se importam, prefiro falar de coisas menos trágicas, como por exemplo, os incêndios.

Quero deixar aqui um grande abraço aos heróis deste verão: os nossos bombeiros, que salvaram vidas e propriedades, lutando até à exaustão, e a todos os Portugueses que estoicamente aguentaram ver a mesma merda de reportagem sobre a mesma merda durante o verão todo.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Se7en

De tudo o que tem a ver com a religião católica, o que eu menos percebo são os chamados sete pecados mortais: preguiça, gula, luxúria, ira, cobiça, inveja e orgulho.
Das duas uma, ou não existem pecados mortais, ou faltam aqui alguns – votar PNR, ou comprar discos dos D’zrt, por exemplo.

Os primeiros três são os chamados pecados do corpo, e supostamente só prejudicam quem os comete.
Mas porque raio é que algo que eu faça, que apenas me prejudica a mim, automaticamente me condena ao inferno? Se eu:
a) Tivesse obrigado o Jaime Gama a não mexer a peida a vida toda, causando-lhe aquele físico de tipo que usou botas ortopédicas até aos 17 anos
b) Num acto de gula desenfreada, tivesse engolido o Marques Mendes
c) Fosse a Elsa Raposo
Ainda percebia. Mas se não prejudico ninguém, qual é o mal? Que espécie de Deus é este, que me dá o livre arbítrio, mas não mo deixa usar? E porque é que Ele não se candidata à presidência da Madeira?

Os pecados seguintes são os pecados do espírito, e prejudicam outrem. Por essa razão, concordo que haja uma punição, embora a eternidade no inferno me pareça excessiva. Se calhar, bastava uma semana a mergulhar na água da praia de Matosinhos. Bem... Que venha o Diabo e escolha.

De qualquer forma, devia haver “graus de pecado”, isto é, os pecados de espírito deviam ser distinguidos nas suas formas mais e menos graves.
Por exemplo, a ira. Nem toda a ira é prejudicial. Depende do mal que a pessoa irada consiga causar. O António Vitorino, na sua primeira intervenção após a mais recente vitória do PS, demonstrou toda a sua ira para com a comunicação social (o célebre “habituem-se!!!”). Mas…quem é que se assusta com aquele badameco?

A cobiça e a inveja, os mais humanos dos pecados. Dependendo do grau de intensidade que tomarem, podem levar ao crime, ou simplesmente à ambição. É a diferença entre um assassino, e um líder de uma nação. Sim, às vezes não é muita…

Por fim, o orgulho. A ser um pecado mortal, acrescenta mais um círculo do inferno aos 9 que Dante refere na “Divina Comédia”, o círculo José Mourinho.

Os pecados mortais não matam ninguém. O que fazem é condenar à eternidade no inferno, isto é, estamos a falar de futuro. Ora, como todos sabemos, para o Português, o futuro é depois de amanhã. Depois isso vê-se.
Se querem realmente assustar-nos, é melhor dar outro nome aos pecados mortais. Chamem-lhes “Pecados que fazem a nossa equipa perder em casa”; “Pecados que acabam com os tremoços”; “Pecados que obrigam a beber cerveja sem álcool” – era tudo a andar nos eixos…

quinta-feira, setembro 08, 2005

Tróia

Depois da implosão das duas torres de Tróia deu-me vontade de publicar aqui uma piada sobre o assunto mas de tudo que me veio à cabeça nada é de jeito.
Mas sendo este um assunto que vai ficar marcado nos anais da história este blog não poderia ficar de parte.
Por isso cá vão as tristes piadas que me ocorreram:

Acho que em vez da música clássica os convidados deviam ter sido brindados com um concerto Dzr't, ao vivo dentro de uma das torres durante a implosão.
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Isto com aviões, como na América, era mais bonito.
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O Sócrates podia ter accionado o detonador um pouco mais perto...
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Mostramos aos gregos que não precisamos de cavalos para destruir Tróia.

quarta-feira, setembro 07, 2005

O Regresso às Aulas

Atenção, não se assustem, não vos vou massacrar com este tema. Mas como fica sempre bem falar acerca do regresso às aulas... tenho pelo menos que lhe dar este título. E para demarcar melhor a ideia vou dizê-lo mais uma vez - O regresso às aulas está aí! - Ok, não se fala mais nisso.

Confesso que estou sem imaginação... já escrevi (até aqui) 62 palavras e não disse nada de jeito! Já me ocorreu abordar assuntos de elevado teor educativo, como a Teoria Quântica de Planck, as Leis de Newton ou mesmo o Equilíbrio da Solubilidade e a Formação de Dolinas, Estalactites e Estalagmites... mas não me parece bem. Enquanto pesquisava na minha "bíblia" de Química, o velho Raymond Chang, que tantas vezes me aturou as dúvidas mais persistentes (Ok... não liguem, é tudo mentira, a única coisa que sei de Química é que leva acento no "i"!!!!!), encontrei o seguinte:
"...para que a neutralidade eléctrica se mantenha, as cargas nas duas extremidades de uma molécula diatómica electricamente neutra têm de ser iguais em módulo e de sinais contrários..."
Isto é simplesmente LINDO, mas voltar às aulas custa tanto. Eu sei o que é isso, passei pelo mesmo nos últimos 12 anos.

Por isso aqui deixo uma palavra de apreço e solidariedade a todos os estudantes que vão iniciar as aulas, que eu (felizmente) ainda vou esperar algumas semanas…

domingo, setembro 04, 2005

Os 3 Estarolas

Pinto da Costa justificou a aquisição de mais um lateral esquerdo, dizendo : «Foi para nos precavermos. Já fizemos um ultimato ao César Peixoto - Ou joga no Porto, ou namora com a Isabel Figueira - as duas coisas é que não pode ser .»
Cheira-me que o Porto vai fazer um belo campeonato. Se só ganham com sorte e pela vantagem mínima a equipas que há dois meses estavam na segunda divisão, vou gostar de ver quando tiverem que defrontar clubes que já estão na Superliga há anos… Se bem que o Porto tem sido prejudicado pela arbitragem. Há dois jogos seguidos que os adversários entram com 12 jogadores. Aquele Hélder Postiga foi o terceiro central do Estrela e da Naval.

Não percebo porque é que dizem que o Benfica precisa de um criativo. Então se têm lá o Koeman, que se farta de inventar - O Beto a fazer o corredor direito? Só o estou ver aquele a fazer um corredor quando descobrir que não tem jeito para jogador de futebol e for trabalhar para as obras. Aí, tenho a certeza de que faz, não só corredores, mas também casas de banho e cozinhas!
Contrataram o Micoli para fazer dupla com o Nuno Gomes. É uma dupla de conto de fadas: o Micoli é um anão e o Nuno Gomes é a Branca de Neve.
Entretanto, para se prevenirem contra a gripe das aves, a direcção encarnada já comprou um cachecol e um Kispo para a águia Vitória.
O clube encarnado também lançou mais dois produtos da marca Benfica. O «pão Benfica» e os «Ultracongelados Benfica». O segundo usa a mesma técnica utilizada pela Judiciária para congelar as contas do José Veiga. Quanto ao «Pão Benfica», como é feito pela claque benfiquista, pode dizer-se que é (…preparem-se…) o pão que os Diabos amassaram. Pois. As minhas sinceras desculpas por esta sequência alucinante de trocadilhos. Lamento, mas não percebo muito de computadores e não sei onde é a tecla para apagar.

Ao nível da lagartagem, lá venderam o Rochemback, que saiu pela porta grande (é que pela pequena não passava). Parece que o Sporting não estava contente com a verba oferecida pelos ingleses, mas depois tiveram a ideia de o vender ao quilo, maneiras que acabou por render. Agora, no meio da equipa dos bifes, anda um naco de picanha!
Para o substituir, os lagartos contrataram o João Alves. Agora só faltam outros dois jogadores de 65 kg para a substituição ficar completa.