domingo, setembro 18, 2005

Feriados Religiosos

Se há altura em que todos somos católicos, é nos feriados religiosos. Não há ateu, agnóstico, ou católico de bancada, que na altura do feriado religioso não se compadeça daquilo que está a ser celebrado – pelo menos, o suficiente para não ir trabalhar.

Por muito rígidas que sejam as várias religiões que nos queiram recrutar, com um dado podem contar: sempre que for para não trabalhar, podem contar connosco!

Já aplicámos à nossa vida princípios provenientes de religiões que não a católica.
Do Islamismo, tirámos o bigode, e a poligamia. Do Judaísmo, a careca e as alheiras de Mirandela.
A religião católica tem essa ideia maravilhosa, a do feriado religioso, tão bem transmitida ao mercado de trabalho. Mas podiam ir mais longe.
Por exemplo, podiam aplicar o conceito da ressurreição aos produtos lácteos. Quem não compraria iogurtes, que depois de apodrecerem, voltassem a ficar óptimos? (que piada estúpida)
A questão da vida após a morte, aplicada ao mercado financeiro, era um golpe de génio! Fazia-se com as prestações bancárias o mesmo que se faz com o pecado: começar a pagar só depois de morto.
A confissão e redenção, esse reset espiritual, que maravilha! Subornávamos, corrompíamos, defraudávamos; ao fim do dia íamos à PJ, confessávamos tudo, e pronto! No dia seguinte podíamos começar outra vez!
Mas pronto. Até lá, o feriado já não é mau.

Mesmo que não acredite em nenhum Messias, nem no pai Dele, vou comemorar o Seu nascimento. Mesmo que “imaculada concepção” seja um conceito demasiado abstracto para qualquer macho latino compreender, não vou trabalhar. Mesmo nunca tendo lido nada na bíblia sobre uma lebre traficante de ovos de chocolate ou um velhote simpático de barbas brancas, vou ficar em casa!

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