É uma questão tão profunda como a religião ou o futebol: a política. Ou se acredita, ou não. Ou se acha que porreiro é andar de casaco de cabedal à taxista, nunca usar gravata, e viver, ou no Alentejo, ou na margem Sul; ou se prefere defender os valores mais tradicionais e conservadores, como a proibição do aborto e, se possível, o regresso da escravatura; ou não se tem convicções politicas nenhumas, mas tem-se vontade de se habilitar a qualquer coisa, para além de tolerância à cor laranja; ou então, não tendo vontade nenhuma de trabalhar, alinha-se contra o capitalismo, consome-se drogas, e faz-se comícios parecidos com o festival de Paredes de Coura.
Ou sim ou sopas. Quer dizer, também há o Freitas do Amaral…
Uma coisa eu admito: a assembleia da república, ou qualquer parlamento, são das instituições mais maravilhosas que o ser humano já foi capaz de conceber. A ideia de que qualquer pessoa pode ter a sua vez de falar sobre dado tema, independentemente das suas capacidades mentais ou de retórica, ou do interesse do que têm para dizer, é para mim prova da tolerância a que se chegou na politica – sob o mesmo tecto, terem tido o mesmo direito de uso da palavra, Passos Manuel e Luís Nobre Guedes, é mágico.
Cada vez mais a dignidade da política portuguesa está a chegar ao chamado “nível Americano” – vulgo barriga de cobra – mais baixo, só escavando.
As candidaturas maltratam-se mutuamente, sem qualquer pudor, chegam mesmo a utilizar-se ofensas pessoais.
Ah! Leram o título? Não achavam que eu ia escrever sobre ela? Não faltava mais nada!