sexta-feira, fevereiro 13, 2009

São Valentim

Não sei o porquê de se "festejar" a 14 de Fevereiro o dia de São Valentim. Dando uma breve vista de olhos na wikipedia fiquei a saber que há referencias a pelo menos 3 Valentins na história da igreja católica. Que todos eles sofreram muito e ajudaram os outros - biografia default dos santos.





(Espaço reservado a piadas com o Valentim Loureiro, padroeiro de Gondomar)

Deixando um pouco de lado os pormenores históricos, certo é que nos dias que correm São Valentim é um santo do mais fashion que pode haver.
Dia 14 é um dia de celebração para namorados(as), maridos e mulheres, amigos coloridos...

Mas afinal qual é o verdadeiro significado deste dia?
Uns dias antes ou até no próprio dia muitas pessoas começam a correr às lojas a tentar comprar peluches com ou em forma de corações com dizeres do género "Amo-te muito" ou "És a luz dos meus dias" ou "És a coisa mais fofa do mundo"...

Ou então compram prendas irracionalmente dispendiosas só porque aquele dia é especial.
Depois tentam marcar um jantar no restaurante mais caro da cidade.
Normalmente esses restaurantes já estão lotados e as pessoas vêem-se obrigadas a fazer uma marcação num restaurante não tão glamoroso (mas nem por isso mais vazio) e que frustra o ideal da noite perfeita.
Depois há ainda que comprar um ramo de flores, arranjar o cabelo, vestir uma roupa lavada...

Há, ainda, aqueles que optam por uma postura mais zen perante isto tudo. Surpreendem a pessoa amada com uma singela flor, um poema de amor, um jantar preparado em casa ou uma serenata. Mas mesmo assim fazem-no neste dia... "por ser um dia especial".
Mas especial para quem? Só se for para o Valentim...

E se depois algo não corre como previsto, há amuos, suspiros desconsolados ou um "Não sabes aquilo de que realmente gosto...", "Isto só mostra que não me conheces..." ou "Pelo menos o Zé não me levava a ver filmes do Chuck Norris"

Ousem, sejam originais - Deixem passar este dia em branco, deixem as vossas moças em casa a passar sabão numa roupa e vão para o tasco ver a bola.

Falando mais a sério e sem entrar em discursos moralistas, a cada ano que passa é mais visível a tentativa de enfiar no calendário dias especiais para por a malta a gastar mais uns trocos.
E não é só dia dos namorados. Ele é dia da mãe é dia do pai (O que há uns anos era um pretexto para fazer uns trabalhos manuais todos catitas na escola agora é mais uma enxurrada de publicidade a perfumes, canetas, relógios). E agora também temos o dia dos avós. E a tradicional Pascoa com os padrinhos/afilhados. E aniversários de toda a gente que conhecemos e de mais alguns que não conhecemos lá muito. Basicamente é um modo de estender aquele bichinho consumista do Natal pelo ano todo.
E como se isto não bastasse também nós andam a impingir o halloween para termos Carnaval 2 vezes por ano.

A ideia de mostrar-mos o quanto gostamos uns dos outros é óptima mas infelizmente a visão idílica faze-lo todos os dias é quase utópica pelo menos antes da reforma. No entanto por mais ocupada e confusa que seja a nossa vida ter que guardar todo o amor para um dia predefinido e ainda por cima condensado numa prenda muito bem embrulhada também não!
Vamos aproveitar todos os bocadinhos livres que ainda vamos tendo para o fazer. Se não chegar vamos criar bocadinhos livres não é difícil: deixa-se o trabalho um pouco de lado, perde-se a próxima jornada da Liga dos Campeões... e vamos estar com as pessoas que realmente importam para nós até porque "o amor é mais bonito que a vida".

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Cautela com os amores

Depois das afirmações do cardeal Policarpo eu também me acho na obrigação de dar conselhos às moças casadoiras: Não se casem!
Mas podendo isto ser ligeiramente extremista vamos aligeirar as coisas e analisar com quem é podem evitar dar o nó.

O cardeal já avisou sobre os muçulmanos.
Também não acho os budistas uma melhor escolha. É certo que não passam a vida a explodir mas tendo em conta o que eles comem aquilo em dias maus deve ser só estouros.
Católicos também são para riscar da lista. Primeiro são comandados por pessoas como o Policarpo depois têm aqueles ideais engraçados relativamente à sexualidade que podem dar origem a um filho por ano, coisa que suponho não ser agradável quer económica que fisiologicamente.
E para terminar pensem duas vezes antes de casar com um benfiquista, pensem seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem o Vieira sabe onde é que acabam...
Em primeiro lugar há uma forte possibilidade de vos sair um taxista de meia idade com um farto bigode e uma enorme barriga de cerveja.
Depois existem os aspectos relacionados com o culto da bola. Os fins de semana passados em família não existem. A televisão está sempre na Sportv ou no canal do benfica. Se o benfica perde ele vai chegar a casa chateado e resingão se o benfica ganha provavelmente não chega a casa. E em qualquer dos casos vai passar a semana a dizer que foi roubado pelos arbitros.


domingo, janeiro 04, 2009

EUA

Um dos marcos de 2008 foram as eleições americanas culminadas na eleição de Obama, da mesma forma a sua tomada de posse será um importante momento neste início de 2009. As suas políticas serão, quer queiramos ou não, um dos principais factores que definirão o caminho que a tão falada crise mundial tomará.

Existe na Europa uma grande simpatia por Obama, convém não esquecer que muita dessa simpatia foi criada pela gigante máquina publicitária do democrata. Pois porque na política os olhos também comem e muitos dos seus simpatizantes, pelo menos aqui em Portugal, não fazem ideia das politicas que ele propõe ou qual o rumo que ele pensa seguir quando iniciar a governação o que também não lhes interessa muito desde que ele continue a aparecer na televisão com a mulher e as filhas mas isto já são contas de outro rosário.

Apesar desta súbita simpatia nos últimos anos uma cultura anti-americana tem vindo a instalar-se na nossa sociedade, é moda ser-se contra tudo que venha do outro lado do oceano. É certo que isto advém em muito das mais que discutidas politicas externas praticadas pelos americanos. Mas ninguém pode negar que a nossa estabilidade económica e política depende em muito da estabilidade deles e isto não é novo, basta olhar para o que aconteceu à Europa a quando da famosa Black Thursday no final dos anos 20.

Também ninguém pode negar a grande influência que eles têm no nosso quotidiano, na música que ouvimos, nos filmes, na televisão que vemos, na roupa que vestimos e até naquilo que comemos.
Lá é feita grande parte da investigação científica de todo o mundo de lá surgem muitas das grandes revoluções tecnológicas mas contrastado com tudo isto existe todo aquele patriotismo impregnado na cultura deles que os impossibilita de ver que existe mais gente no resto do planeta, existe todo aquele conservadorismo hipócrita que tem na religião explicação para tudo, que proíbe que Darwin seja ensinado nas escolas de alguns estados ou que a pena de morte seja uma prática corrente.

É um país muito grande com uma população enorme e muito diversificada culturalmente, por isso é muito difícil, para não dizer impossível analisá-lo como um todo. É perigoso e errado generalizar a todos os americanos o que se vê uma parte deles fazer ou dizer.
Não vou dizer que o que eles têm de bom compensa o que têm de mau mas viveríamos num mundo bem diferente se eles não existissem não sei se melhor ou pior mas de certo sem coisas como Rato Mickey, Jeff Buckley, calças de ganga, Pulp Fiction, Tom Waits, lâmpada eléctrica, Coca-Cola, Miles Davis, Se7en, O Padrinho, Friends, jazz, Seinfeld, McDonalds, Simpsons...

sábado, janeiro 03, 2009

2009

Depois de ouvir e reflectir sobre todas as declarações dos altos responsáveis deste país nestas últimas semanas acho que estas podem ser vistas tanto sob um ponto de vista mais optimista como por um bem pessimista.

O primeiro, optimista, é que se as coisas continuam assim os portugueses vão acabar a comer merda.
Vendo isto por um prisma pessimista a merda pode muito bem não chegar para toda a gente.

Voltar?

Subitamente deu-me uma vontade de escrever umas coisas num blog, tendo este criado já há uns anos não fazia sentido criar um novo e se esta vontade permanecer, coisa que tenho algumas dúvidas, aqui postarei (já tinha saudades desta linguagem da blogosfera) o que tiver a dizer.

Achei imensa piada estar a reler coisas que aqui tinha escrito, muitas das quais já nem me lembrava, e fazer um paralelismo entre o que se passava na altura e o que se passa agora. Muitas coisas mudaram, outras nem tanto...