(Espaço reservado a piadas com o Valentim Loureiro, padroeiro de Gondomar)
Deixando um pouco de lado os pormenores históricos, certo é que nos dias que correm São Valentim é um santo do mais fashion que pode haver.
Dia 14 é um dia de celebração para namorados(as), maridos e mulheres, amigos coloridos...
Mas afinal qual é o verdadeiro significado deste dia?
Uns dias antes ou até no próprio dia muitas pessoas começam a correr às lojas a tentar comprar peluches com ou em forma de corações com dizeres do género "Amo-te muito" ou "És a luz dos meus dias" ou "És a coisa mais fofa do mundo"...
Ou então compram prendas irracionalmente dispendiosas só porque aquele dia é especial.
Depois tentam marcar um jantar no restaurante mais caro da cidade.
Normalmente esses restaurantes já estão lotados e as pessoas vêem-se obrigadas a fazer uma marcação num restaurante não tão glamoroso (mas nem por isso mais vazio) e que frustra o ideal da noite perfeita.
Depois há ainda que comprar um ramo de flores, arranjar o cabelo, vestir uma roupa lavada...
Há, ainda, aqueles que optam por uma postura mais zen perante isto tudo. Surpreendem a pessoa amada com uma singela flor, um poema de amor, um jantar preparado em casa ou uma serenata. Mas mesmo assim fazem-no neste dia... "por ser um dia especial".
Mas especial para quem? Só se for para o Valentim...
E se depois algo não corre como previsto, há amuos, suspiros desconsolados ou um "Não sabes aquilo de que realmente gosto...", "Isto só mostra que não me conheces..." ou "Pelo menos o Zé não me levava a ver filmes do Chuck Norris"
Ousem, sejam originais - Deixem passar este dia em branco, deixem as vossas moças em casa a passar sabão numa roupa e vão para o tasco ver a bola.
Falando mais a sério e sem entrar em discursos moralistas, a cada ano que passa é mais visível a tentativa de enfiar no calendário dias especiais para por a malta a gastar mais uns trocos.
E não é só dia dos namorados. Ele é dia da mãe é dia do pai (O que há uns anos era um pretexto para fazer uns trabalhos manuais todos catitas na escola agora é mais uma enxurrada de publicidade a perfumes, canetas, relógios). E agora também temos o dia dos avós. E a tradicional Pascoa com os padrinhos/afilhados. E aniversários de toda a gente que conhecemos e de mais alguns que não conhecemos lá muito. Basicamente é um modo de estender aquele bichinho consumista do Natal pelo ano todo.
E como se isto não bastasse também nós andam a impingir o halloween para termos Carnaval 2 vezes por ano.
A ideia de mostrar-mos o quanto gostamos uns dos outros é óptima mas infelizmente a visão idílica faze-lo todos os dias é quase utópica pelo menos antes da reforma. No entanto por mais ocupada e confusa que seja a nossa vida ter que guardar todo o amor para um dia predefinido e ainda por cima condensado numa prenda muito bem embrulhada também não!
Vamos aproveitar todos os bocadinhos livres que ainda vamos tendo para o fazer. Se não chegar vamos criar bocadinhos livres não é difícil: deixa-se o trabalho um pouco de lado, perde-se a próxima jornada da Liga dos Campeões... e vamos estar com as pessoas que realmente importam para nós até porque "o amor é mais bonito que a vida".