quarta-feira, fevereiro 08, 2006

A Tropa

Há algumas semanas atrás estava eu em casa e recebo uma carta a dar a notícia que no dia 7 de Fevereiro (ontem) teria de ir a Gaia, ao regimento de artilharia 5 na serra do Pilar, ao dia da defesa nacional, aquela coisa que o Paulo Portas inventou para dizer que já não há Serviço militar obrigatório, obrigando-nos a perder um dia para irmos a um conjunto de actividades chatas e sem interesse que supostamente nos aliciarão para a vida militar, ou seja, um dos dias mais inutilmente desperdiçados da minha vida até agora.

Eu lá fui, dava-me mais jeito ter ficado a estudar Análise Matemática, mas pensando bem assim arranjei uma boa desculpa para o bastante provável chumbo à cadeira.
Apesar do atraso da camioneta lá chegamos enfim ao quartel.
Primeira impressão: só gajos, aquilo ainda é pior que a FEUP… Porquê que as meninas não têm que ir? Eu tenho tantas aspirações de seguir carreira militar que uma bailarina clássica e fui… Pelo menos sempre dava para animar mais o dia…
Mas adiante, a primeira cerimónia a que assistimos foi o içar da bandeira, acabada esta mandaram-nos ir tomar o pequeno-almoço e depois deste lá fomos para uma palestra (leia-se seca) de onde saímos para visitar uma parte do quartel e ver algum do armamento usado pelo exército. À primeira vista a maioria daquelas armas pareciam relíquias da 2ª Guerra Mundial e da Guerra Colonial, e eram… mas também ainda são usadas pelos militares portugueses.
Hora do almoço – muita fome… fome que passou logo quando vimos o almoço. Sopas com aspecto de Nestum com algas moídas, ossos de coelho com batatas cozidas até a exaustão até ficarem com aspecto de puré. Nem o sumo de laranja se aproveitava. Depois de (não) ter comido aquilo tudo, que nem deu para encher o buraco de uma úlcera estomacal, salvou-me uma máquina de chocolates… um twix não é muito saudável mas deu para tirar o sabor daquilo que tinha acabado de ingerir. Felizmente resultou e não tive de vomitar o chão todo.
Depois mais uma palestra, sobre os cursos que se pode tirar nos vários ramos militares (Forças armadas, Marinha e Exército). Parecia uma reunião de tamparueres onde nos tentaram impingir uma carreira militar.
A seguir a isto lanche e mais uma vez a refeição era coisa boa... umas bolachinhas (que pelo aspecto fizeram anos recentemente) e um yogurte de banana.
E pronto, lá arrearam a bandeira e fomos todos para casa… assim se passou um dia, sem fazer nada de útil para o meu futuro, mas pronto... até à próxima senhores tenentes.

P.S. Apesar de tudo o dia de ontem melhorou a imagem que eu tinha das forças armadas… mas qualquer coisa em comparação com a “1ª Companhia” é bom.

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